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ICMBio multa pecuarista em R$ 6 milhões por desmatamento
Autuação foi feita pela APA das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, que, além da multa, embargou a propriedade. Ao todo, foram destruídos 600 hectares de veredas
Brasília (07/07/2016) – A
Área de Proteção Ambiental (APA) das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná
, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), entre os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, multou em R$ 6 milhões o proprietário de uma fazenda em Taquarussu (MS) por desmatamento de mais de 600 hectares de veredas, ambientes típicos de áreas úmidas de cerrado.
A área destruída faz parte dos últimos remanescentes desse tipo de ambiente na unidade de conservação (UC). O local estava sendo drenado e utilizado para a pecuária. Para evitar que o pisoteio do gado e a drenagem das áreas úmidas, não aumentassem os danos ao ambiente, além da multa, a equipe da APA embargou a propriedade.
Apesar da APA estar localizada em área predominantemente de Mata Atlântica, a região é um ecótono, ou seja, ocorrem em seu interior manchas de outros ecossistemas, no caso Cerrado e Pantanal, o que torna o ambiente ainda mais especial e rico em biodiversidade.
A autuação foi comunicada ao conselho gestor da unidade, durante reunião realizada na semana passada, na cidade de Nova Londrina (PR).
No encontro anterior, o conselho havia aprovado moção pedindo ao Governo do Mato Grosso do Sul e à Prefeitura Municipal de Taquarussu a criação de uma estação ecológica ou reserva biológica na área ameaçada.
A APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, que possui 1 milhão de hectares, tem apenas 14,7% da vegetação de Mata Atlântica original. De acordo com o chefe da unidade, Erick Caldas Xavier, “é inaceitável que ainda ocorra a supressão dos seus últimos fragmentos florestais”.
Por concentrar grande parte das áreas naturais da UC, a região de Taquarussu é uma das mais importantes da APA. Segundo a publicação “Mapeamento para a conservação e recuperação de biodiversidade na Mata Atlântica: em busca de uma estratégia espacial integradora para orientar ações aplicadas”, a região possui áreas consideradas de “alta relevância estratégica para recuperação”, tendo mais de 50% de cobertura de remanescente de vegetação nativa e de fundamental importância para conservação da biodiversidade.
Comunicação ICMBio
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