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ICMBio lança Plataforma de Avaliação do Risco de Extinção da Fauna
- Foto: Rebeca Hoefler
A biodiversidade brasileira conta, agora, com uma importante ferramenta de conservação. Os dados das mais de 14,7 mil espécies avaliadas quanto a seu risco de extinção estão reunidos no Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade , conhecido como SALVE, e podem ser acessados a qualquer momento, por qualquer pessoa. A iniciativa foi lançada nesta quarta-feira (2), em Brasília.
Um dos principais objetivos é facilitar a gestão do processo de avaliação do risco de extinção e tornar essas informações mais acessíveis, contribuindo, assim, para a geração de conhecimento e implementação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade.
Para o presidente do ICMBio, Mauro Pires, a importância do projeto vai muito além da expectativa. “Agora, nosso objetivo não é simplesmente fornecer a informação, mas usá-la como instrumento de política pública, inclusive nas empresas, para evitar que haja espécies ameaçadas e principalmente espécies já extintas. Essa é a grande finalidade do qual esse trabalho aqui faz parte”, concluiu.
Do total de espécies avaliadas, 5.513 possuem ficha publicada e 1.253 estão em alguma categoria de ameaça. Por meio do mecanismo de busca, é possível inserir a espécie pretendida (tanto pelo nome comum, quanto pelo nome científico) e obter dados como grupo, categoria, última atualização da avaliação, estados, bioma, classificação taxonômica, distribuição, história natural, população e muito mais.
Plataforma SALVE
O desenvolvimento da plataforma é fruto de um trabalho conjunto, liderado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com apoio do Projeto Pró-Espécies, e é financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e WWF-Brasil.
Segundo o coordenador da Coordenação de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna (Cofau) e analista ambiental do ICMBio, Rodrigo Jorge, a plataforma irá contribuir efetivamente com a conservação das espécies ameaçadas. “O Brasil é reconhecido mundialmente por abrigar a maior biodiversidade do planeta, e a partir da atualização e disponibilização desses dados será possível reforçar a implementação de ações que promovam a conservação da nossa fauna”, adiantou.
Ainda de acordo com Rodrigo, as atividades importantes da gestão ambiental serão beneficiadas diretamente com as informações do sistema, como as demandas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis Naturais (Ibama). Um ponto importante é que empreendedores também poderão ter acesso a informações relevantes sobre os locais onde planejam instalar empreendimentos, auxiliando na tomada de decisões e, consequentemente, na preservação do meio ambiente.
Risco de extinção
O desenvolvimento do SALVE teve início em 2016 e é operado por servidores do ICMBio. O processo de avaliação do risco de extinção das espécies da fauna brasileira, conduzido pelos 14 Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação (CNPC) do Instituto, é executado em etapas e conta com a participação ativa da comunidade científica. O trabalho vai desde a compilação e organização de informações e registros de ocorrência em fichas individuais para cada espécie, passando por consultas direcionadas à sociedade e aos especialistas, até a revisão das informações. A avaliação segue o método de categorias e critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e os resultados são publicados somente após a validação das informações.
Antes da plataforma, todas essas etapas eram feitas por meio do envio de documentos e planilhas, mas agora o processo é executado diretamente no SALVE. Mais de 1.500 parceiros participam das avaliações, coordenadas pelo ICMBio.
Biodiversidade
A fauna brasileira é uma das mais ricas do mundo, com mais de 100 mil espécies de animais, entre vertebrados e invertebrados. No caso dos vertebrados, todas as mais de 9.000 espécies conhecidas foram avaliadas. Em relação aos invertebrados, que respondem pela grande maioria da fauna, há critérios para seleção das espécies que passam pelas avaliações. Além de subsidiar a elaboração de políticas públicas de preservação, o SALVE também consegue passar um panorama geral sobre a situação de cada bioma.
Preservação
Para garantir a preservação das espécies ameaçadas de extinção, é preciso uma mudança no comportamento de toda a sociedade. Para Rodrigo Jorge, é possível perceber que os avanços já estão ocorrendo. “As pessoas têm ajustado seus padrões de consumo e essa consciência causa um efeito direto nas empresas, por exemplo, que precisam estar mais atentas aos impactos que suas atividades possam causar ao meio ambiente e realizar esforços para reduzir, reverter e compensar atividades que causem impacto à nossa biodiversidade”, destacou.
Por outro lado, o Estado também tem investido em políticas com foco na conservação da fauna. É o caso do Pró-Espécies: Todos pela Extinção, lançado em maio de 2018, que trabalha em conjunto com 13 estados do Brasil para desenvolver estratégias de conservação.
Para acessar a Plataforma SALVE, clique aqui
*Texto produzido com informações do ICMBio e do Projeto Pró-Espécies, com apoio das instituições parceiras mencionadas
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