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ICMBio inicia trabalho de controle de javalis em Santa Catarina
Javali no Parque Nacional da Canastra, em Minas Gerais. Espécie é invasora em dezenas de UCs. - Foto: Alessandro Abdala
O Parque Nacional São Joaquim inicia ações de manejo e controle de javalis na região serrana e sul de Santa Catarina. Os animais são reconhecidos como uma das espécies invasoras que mais impactam a conservação de áreas naturais e agrícolas, pois quando estão fora de seus habitats naturais, proliferam-se em números expressivos e que levam ao desequilíbrio do ecossistema.
Por meio de uma oficina promovida na Escola de Educação Básica Araújo Figueiredo, em Urubici (SC), o Plano de Manejo foi acordado com consulta aos presentes. Na ocasião, integraram a reunião: servidores do Parque Nacional, pesquisadores do tema, representantes dos produtores rurais da região, representantes da Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina, representantes da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC) e agentes de manejo populacional independentes.
A construção coletiva se deu com a presença de múltiplas categorias, pois, segundo o coordenador do Plano de Controle de Javalis pelo ICMBio, Marco Aurélio da Silva, o controle do javali só pode ser efetivado por meio da união de esforços entre diferentes membros e entidades do poder público e das comunidades locais, sejam proprietários rurais ou através da sociedade civil organizada.
Crescente
Os primeiros registros de javalis no Parque ocorreram nos anos de 2016 e 2017, sem controle natural, a espécie tem se expandido em números que preocupam os gestores do Parque Nacional São Joaquim. Como um dos primeiros objetivos do plano de manejo e controle desenvolvido pelo ICMBio, deve ser realizada uma estimativa populacional e análise de características a fim de delimitar as ações mais efetivas para controlar a população de javalis da região.
Na Unidade de Conservação, os principais impactos causados são o revolvimento de solo, retirada de vegetação nativa nos campos de altitude em grandes áreas e assoreamento (obstrução) de nascentes, pelo comportamento dos animais de chafurdar em poças de lama. Eles também podem ser vetores de zoonoses que podem afetar pessoas, fauna silvestre e produção pecuária, além dos potencialmente perigosos encontros acidentais com turistas nas áreas de visitação. Outros impactos nas espécies nativas também serão investigados.
O Plano
Embora a oficina tenha sido realizada no mês de abril, o plano vem sendo construído nos últimos dois anos por uma Câmara Técnica (CT) do Conselho Consultivo do Parque Nacional. O CT reúne servidores do ICMBio, pesquisadores, servidores de órgãos ambientais estadual e municipais, representantes do setor de turismo e de proprietários de terras da região.
O foco principal definido foi de reduzir os impactos ambientais, sociais e econômicos por meio do monitoramento e controle da população de javalis. De forma mais detalhada, os objetivos são de reduzir o número dos animais, sensibilizar e capacitar a comunidade e as instituições sobre as ações de prevenção e controle, gerar dados de monitoramento, prevenir a expansão e os impactos em novas áreas e definir protocolos.
Segundo Marco Aurélio da Silva, o desafio de minimizar os impactos do javali no Parque é enorme, sendo necessário um bom planejamento prévio das ações, articulação intensa com as diferentes instituições públicas presentes na região e da colaboração engajada da comunidade local para a resolução do problema.
Comunicação ICMBio
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