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ICMBio e SFB apoiam coletora de cataia em parque no Paraná
Mulheres produzem uísque caiçara com planta existente no Superagui
Brasília (29/07/2013) – Da habilidade das mulheres que vivem em uma comunidade do Parque Nacional (Parna) do Superagui, no Paraná, e das folhas da cataia, uma árvore nativa da Mata Atlântica encontrada no litoral norte do estado, é feito o uísque caiçara, uma bebida apreciada em diversas regiões do País. Mas a produção ganhou contornos mais sustentáveis a partir de uma ação desenvolvida pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
As duas instituições se juntaram às coletoras de cataia para planejar a obtenção das folhas com a manutenção da vitalidade das árvores. Segundo o SFB, a medida se mostra necessária, pois o Parna do Superagui é uma Unidade de Conservação (UC) que impõe restrições no uso de seus recursos.
"As populações tradicionais irão usufruir de recursos naturais renováveis, e não madeireiros, de uma forma sustentável. Assim, aliando a participação da comunidade à conservação e preservação da espécie", diz Randolf Zachow, o engenheiro florestal da Unidade Regional Sul do SFB.
Iniciativa pioneira
Em uma iniciativa pioneira, técnicos elaboraram o plano demonstrativo para a extração de folhas de cataia no País. Para isso, mapearam as trilhas e os locais de coleta, identificaram todas as árvores na área que será manejada (no total, foram contabilizadas 170) e avaliaram diâmetro das árvores e a biomassa das folhas para definir a quantidade máxima a ser colhida.
"Neste plano de manejo foram definidas regras para que as mulheres façam a coleta das folhas no campo observando parâmetros pré-estabelecidos, tanto no que se refere à quantidade de folhas como também aos itens de segurança", afirma Zachow.
A área de coleta, que abrange 57,5 hectares, foi dividida em duas unidades de produção. Por ano, as mulheres trabalharão em apenas uma delas e extrairão, no máximo, três quilos de folhas para árvores com 20 centímetros de diâmetro. A mesma árvore só será novamente manejada após dois anos, com a observância dos parâmetros estabelecidos no plano.
Monitoramento
Como se trata de um plano demonstrativo, a execução dessas atividades será monitorada a cada seis meses, o que permitirá realizar possíveis ajustes. Durante a elaboração do plano de manejo, as mulheres participaram de capacitações para conhecer os novos procedimentos a serem adotados. As coletoras deverão, por exemplo, controlar a retirada das folhas por meio de registros sobre o número da árvore manejada.
De acordo com Zachow, a implantação do plano pode melhorar, também, as atividades realizadas após a coleta na floresta. Dentre os processos a serem beneficiados está o sistema de armazenamento das folhas (feito para que estas resistam à umidade por mais tempo) e a comercialização por meio da elaboração de plano de negócios (envolve estudo de potencial de mercado).
Comuicação ICMBio – (61) 3341-9280 – com informações da Ascom do SFB