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ICMBio e PM fiscalizam trilhas na Serra da Canastra
Publicado em
27/07/2018 13h32
Atualizado em
27/07/2018 19h06
A ação tem o objetivo de coibir o turismo predatório de trilheiros de moto ou carros 4x4 em áreas do Parque.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Polícia Militar do Meio Ambiente realizaram, no último domingo, uma ação de fiscalização para coibir o turismo predatório de trilheiros de moto ou carros 4x4 em áreas de trilhas do Parque Nacional da Serra da Canastra. A ação foi realizada na região dos Canteiros, Vale do Céu e no Quilombo, em cerca de 160 quilômetros.
Desde o início do ano, estão sendo realizadas ações planejadas para ajudar a combater a prática dessas atividades, que provocam sérios danos ao meio ambiente. O principal problema é que não são respeitadas as estradas existentes, com abertura de diversas “trilhas” novas pelos veículos off road em áreas de campos nativos, com destruição da vegetação, afugentamento da fauna e remoção do solo nas trilhas, causando erosões.
“Os solos das encostas e dos chapadões são sensíveis. A abertura de trilhas pode causar danos irreversíveis, e o problema é visível principalmente no Chapadão da Babilônia e região de São José do Barreiro, onde há maior concentração de motociclistas, e é observada frequentemente a abertura de novas trilhas, além de relatos de rompimento de cercas e desrespeito aos limites das propriedades”, explicou o chefe do parque, Fernando Tambelini Tizianel. Segundo ele, além da depredação provocada pelos veículos no solo, o barulho dos veículos também prejudica a biodiversidade, porque afasta e assusta animais, entre eles alguns de espécies ameaçadas de extinção.
Em alguns locais, têm sido abertas diversas trilhas em áreas com alta declividade que podem evoluir para uma voçoroca. Além dos danos ao meio físico e biológico, o impacto visual descaracteriza a beleza cênica dos chapadões.
A circulação de veículos em áreas de preservação é crime ambiental. A multa é de cerca de R$ 5mil, além de apreensão do veículo e até detenção dos motoristas, em casos mais graves. A Polícia Militar do Meio Ambiente alerta para a responsabilidade dos donos de propriedades localizadas próximas a unidades de conservação, que também devem ajudar a evitar a criação de novas trilhas. “O proprietário que for conivente com a depredação também pode ser penalizado se facilitar o acesso desses trilheiros a áreas de preservação, ele não pode ser conivente com um crime ambiental”, alertou o subtenente Gilmar Santos Souza, que coordenou a equipe da Polícia Militar do Meio Ambiente de Passos durante a operação no domingo. Segundo ele, participam do trabalho de fiscalização do parque as unidades policiais das cidades de Cássia, Passos e São Roque de Minas.
Apesar do empenho das equipes, a fiscalização é dificultada pela extensão do parque e pela facilidade de divulgação entre os trilheiros de ações de fiscalização. “Muitos motoqueiros ficam sabendo que estamos em campo e mudam os trajetos, por isso, nosso trabalho depende muito mais da conscientização da população do que de uma fiscalização mais rigorosa”, avaliou.
Da mesma forma, o chefe da unidade de conservação, Fernando Tambelini Tizianel, alertou sobre a importância da divulgação dos danos provocados pelos trilheiros. “É necessário o envolvimento de operadores turísticos da região para divulgar informações quanto aos danos ocasionados pela prática de off road de incentivar o uso de estradas existentes”, afirmou.
Sem placas
A circulação de veículos sem placa é outro fato combatido pelos policiais e agentes do ICMBio. Conforme a legislação de trânsito, o uso de veículos sem placa só é permitido em circuitos fechados ou em competições nos locais autorizados; não são veículos próprios para circular em estradas oficiais. Nas Portarias do Parque Nacional da Serra da Canastra, é proibida a entrada de veículos não emplacados.
*Com informações da Folha da Manhã
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280