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ICMBio e IMA/AL apreendem e soltam 374 aves na natureza
Publicado em
03/07/2020 13h37
Atualizado em
06/07/2020 13h12
Operação na APA de Murici (AL) também apreendeu armas de fogo, armadilhas de disparo e tatuzeiras, além de aplicar multas.
Papagaios apreendidos; o da esquerda com lipoma, que equipe já encaminhou para tratamento. (Foto: Marcos Antônio Freitas)
Ao longo de sete dias, 374 aves foram apreendidos e devolvidos à natureza durante operação de fiscalização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA), na Área de Proteção Ambiental (APA) de Murici, entorno e Zona de Amortecimento, em Alagoas. Os fiscais ainda apreenderam armas de fogo, armadilhas, animais e aplicaram multas.
Ao todo, desde o início deste ano, já foram apreendidos e libertados nas operações de fiscalização mais de 500 aves. As cidades do entorno da APA de Murici são receptadoras de pássaros silvestres e carcaças de animais abatidos. Além disso, a região enfrenta a cultura dos moradores em aprisionar aves silvestres em gaiolas.
Na operação, que começou em 26 de junho e terminou no dia 2 de julho, a equipe de fiscalização apreendeu 16 tatuzeiras, cinco armas de fogo, cinco armadilhas de disparo “cano”, cerca de 450 gaiolas e alçapões (que foram destruídos), um tatu abatido e dois jabutis vivos. Além disso, aplicaram 12 multas, totalizando R$ 65 mil. Entre os pássaros apreendidos, está o saíra-sete-cores, ameaçado de extinção, e cinco curiós, espécie regionalmente ameaçada de extinção. A fiscalização aconteceu nos municípios de Murici, Branquinha, União dos Palmares, Ibateguara, Colônia Leopoldina, Novo Lino, Joaquim Gomes e Flexeiras, cidades que compõe a APA de Murici, que envolve a ESEC Murici. Essa é a terceira operação realizada neste ano com o apoio do IMA.
Cerca de 450 gaiolas e alçapões foram destruídos. (Foto: Marco Antônio Freitas)
Segundo o analista ambiental e fiscal da Estação Ecológica (Esec) de Murici, Marco Antônio Freitas, a fiscalização é um trabalho permanente e conta com parceiros como o IMA. Freitas argumenta que as ações de fiscalização vêm reduzindo a caça dentro da Estação Ecológica (Esec) de Murici e a cultura de pássaros silvestres em gaiolas. “Percebemos isso pelo número de pássaros silvestres encontrados livres na região e que antes eram praticamente extintos, como o canário da terra, patativa, papa-capim, caboclinho e até a volta dos curiós. Além disso, já notamos a redução da caça pelo número de animais cinegéticos que a equipe encontra com mais facilidade dentro da Esec”, ressalta o analista.
Operação apreendeu tatu abatido e tatuzeiras. (Foto: Marco Antônio Freitas)
Grande número de espécies endêmicas
Localizada em Alagoas, a Estação Ecológica de Murici foi criada em 2001 e possui 6.131 hectares composta por Mata Atlântica; possui o maior fragmento deste bioma ao norte do Rio São Francisco e abriga um número grande de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Na Esec, há pelo menos 40 espécies de aves endêmicas e ameaçadas de extinção. Entre as mais raras está um pequeno pássaro conhecido como choquinha de Alagoas.
Entre os mamíferos, se destacam o macaco guariba e o tamanduaí, o menor tamanduá do mundo, com apenas 400 gramas de peso e de hábitos noturnos. Além do gato do mato, a jaguatirica, a lontra e o cuandu-mirim. Nesta região de Alagoas encontram-se mamíferos como o porco do mato "caititu", veado e a paca. Já quanto aos anfíbios e répteis, existem na região pelo menos cinco espécies de anfíbios anuros (sapos e pererecas) endêmicos e ameaçados de extinção.
Comunicação ICMBio
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