ICMBio defende UCs como guardiãs das águas

Ramilla Rodrigues
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As unidades de conservação não representam apenas um refúgio seguro e necessário para a flora e fauna nativa, mas também são guardiãs de um precioso recurso que está cada vez mais escasso: a água. A defesa das UCs como protetora das águas foi defendida hoje (20) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em palestra no Fórum Mundial das Águas que acontece em Brasília.

O presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, chamou a atenção para a necessidade de integração das agendas. “O papel das UCs só reforça a necessidade de aproximação das equipes que lidam com água com a área ambiental, ainda há algum distanciamento desses setores e precisamos de muita união para lidar com esses desafios", defendeu Soavinski.

Para o diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial do ICMBio, Cláudio Maretti, as UCs ainda cumprem um papel com uma parte da sociedade que depende dos cursos d’água para sobreviver. “A conservação das águas cumpre um papel vital para as comunidades extrativistas que necessitam do manejo de crustáceos, crocodilianos e peixes e que podem ser nossas aliadas na gestão”, explica Maretti.

Sobre as UCs e a água

A relação das áreas protegidas com a salvaguarda das águas é antiga. O local que hoje corresponde a parte do Parque Nacional da Tijuca foi pensado pelo Império como um santuário das águas cariocas, que estavam ameaçadas com a expansão urbana do Rio de Janeiro e, principalmente, com as plantações de café que consumiam os reservatórios da cidade.

A exemplo da Tijuca, a Reserva Biológica do Tinguá guarda algumas nascentes que abastecem milhares de casa na Baixada Fluminense. A água que chega às torneiras dos brasilienses é originada de nascentes protegidas no Parque Nacional de Brasília, na Floresta Nacional de Brasília e na Área de Proteção Ambiental do Descoberto. O Parque Nacional do Araguaia tem papel importante na reposição do estoque aquífero da região e lugares como as UCs no Delta do Parnaíba e o Parque Nacional do Juruena protegem as principais bacias hidrográficas brasileiras.

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