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ICMBio debate manejo do caranguejo-uçá
Encontros com comunidades de APA e reserva extrativista da Paraíba e Pernambuco buscam reunir dados para atualizar o marco regulatório de uso da espécie
Brasília (21/07/2016) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está realizando reuniões com moradores e usuários da Área de Proteção Ambiental (APA) Barra do Rio Mamanguape, na costa norte da Paraíba, e Reserva Extrativista Acaú-Goiana, no litoral entre Paraíba e Pernambuco.
O objetivo é discutir temas relacionados à cadeia produtiva do caranguejo-uçá, muito comercializada na região. Os resultados desses encontros vão subsidiar proposta de atualização do marco regulatório de manejo da espécie. A iniciativa integra o Projeto Manguezais do Brasil.
Gestores da APA já reuniram-se com catadores de caranguejo de comunidades da Terra Indígena (TI) Potiguara, na margem esquerda do Rio Mamanguape. No próximo mês, vão se encontrar com moradores da margem direita. Enquanto isso, servidores da Resex concluirão neste mês rodada de reuniões com catadores que atuam no interior da reserva.
Segundo a analista ambiental Luciana Pacca, da APA, o atual marco regulatório está defasado e não atende às peculiaridades regionais "As especificidades biológicas e ecológicas locais da espécie devem ser entendidas para auxiliar no manejo, em conformidade com as práticas de pesca ou “catação” praticadas pelas comunidades. Toda a cadeia produtiva precisa ser discutida, para se buscar ações sustentáveis que garantam renda para as pessoas, aliada à conservação da espécie", diz ela.
Dúvidas e demandas
Nas reuniões, são discutidas questões relativas ao defeso do caranguejo-uçá (período de proibição da captura), apetrechos utilizados, transporte, comercialização, problemas ambientais dos mangues, saúde do catador, papel da mulher e fiscalização. Os gestores do ICMBio ouvem ainda as as demandas de cada comunidade e esclarecem as dúvidas.
Um bom exemplo dese trabalho foi a discussão sobre a permissão de captura de caranguejos com o mínimo de 6 cm de carapaça, como rege a legislação atual. Estudos da biologia e fisiologia da espécie mostram que a partir desse tamanho o indivíduo alcança sua maturidade sexual. Assim, a cata de caranguejos menores que 6 cm inviabilizaria sua reprodução, o que comprometeria a população local.
De acordo Luciana, os dados foram compreendidos e assimilados pelos comunitários durante os debates. Ainda segundo ela, entendimentos como esse facilitam o diálogo com as comunidades, os catadores ficam mais informados sobre o manejo do caranguejo e passam, inclusive, a ajudar os servidores da APA e da Resex na fiscalização.
Comunicação ICMBio
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