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ICMBIO ARTICULA COMBATE A CRIMES EM GURUPI
Governo Federal e do Maranhão começam a trabalhar em conjunto
Governo Federal e do Maranhão começam a trabalhar em conjunto
João Freire
joao.freire@icmbio.gov.br
São Luis, MA (11/09/2015) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) participou de reuniões com instituições federais e estaduais, em São Luis (MA), nesta semana (9 e 10/9). O objetivo dos encontros é avançar na articulação interinstitucional para cessar as atividades criminosas na Reserva Biológica do Gurupi (MA). Extração ilegal de madeira, grilagem, desmatamento e plantação de maconha ameaçam as comunidades locais e a Unidade de Conservação federal, administrada pelo ICMBio.
Em agosto, dois conselheiros comunitários foram assassinados no interior da Reserva. Como reação, o Governo Federal (ICMBio, Ibama, Polícia Federal, Incra, Ministério do Meio Ambiente e Presidência da República, entre outros) e o Governo do Maranhão (Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Instituto de Colonização e Terras – Iterma e Secretaria de Agricultura Familiar – SAF-MA) estão organizando ações emergenciais e de longo prazo, em várias frentes na região.
Ações integradas
"Em integração com Incra e Iterma vamos enfrentar a situação fundiária da região. Queremos soluções", explica o presidente do ICMBIo, Claudio Maretti. "Esperamos que o Incra e o Instituto de Terras do Maranhão e a Secretaria de Agricultura Familiar, possam reassentar e apoiar as alternativas econômicas e de recuperação ambiental", destaca Maretti.
De acordo com a Polícia Federal, os crimes na Reserva Biológica do Gurupi foram praticados pela organização criminosa que atua na região, em retaliação às ações recentes de fiscalização, realizadas pelo ICMBio. "No Maranhão não existe mais madeira legal. Toda madeira que sai do estado é ilegal, retirada de terras indígenas ou de reservas biológicas", afirma o Superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Alexandre Saraiva. "Enquanto o Estado não se fizer presente na região outros assassinatos vão ocorrer", conclui.
Notícia relacionada: PF diz que organização criminosa mandou matar ambientalista no MA
Apoio do governo do Maranhão
Para definir estratégias para as ações conjuntas com o governo do estado, na quarta-feira (9), o presidente Maretti se reuniu com o governador do Maranhão, Flávio Dino. "A Reserva Biológica do Gurupi é prioridade para o nosso estado", pontua o governador. "Entendemos que o desenvolvimento verdadeiro pressupõe compatibilização com proteção do meio ambiente. As instituições estaduais estão comprometidas a apoiar as iniciativas dos órgãos federais para solucionar os problemas na região da Reserva", afirma Dino.
"Não existe crime organizado sem infiltração no poder público", destaca o Secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela. "A posição do governo é combater o crime organizado de maneira efetiva", afirma Portela.
Conselheiros ameaçados
Nesta quinta-feira (10), foi realizada uma reunião extraordinária do Conselho Consultivo da Reserva Biológica do Gurupi, no campus da Universidade Estadual do Maranhão, em São Luis.
O Conselho é formado por representantes do ICMBio, do governo do Maranhão e da sociedade civil e colabora com a gestão da Unidade de Conservação.
A reunião foi realizada na capital do estado, por medida de segurança. "A comunidade está com medo. Cinco conselheiros estão jurados de morte pelas quadrilhas de Buriticupu", destacou uma conselheira comunitária que pediu para não ser identificada. "Trinta famílias estão fora de suas casas e sem sustento", conclui.
Representantes da Polícia Federal, das Secretaria de Segurança Pública, de Direitos Humanos e do Instituto de Terras do Maranhão, da Coordenação Regional (CR-4) do ICMBio e o presidente da autarquia, Claudio Maretti, participaram da reunião. "Tenham certeza de que os problemas sociais e agrários que causam tanto sofrimento para as comunidades locais, há décadas, vão ser enfrentados. Esperamos que nosso trabalho [Governo Federal] com o governo do Maranhão transforme a região", planeja Maretti.