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GT avalia gestão compartilhada em reservas extrativistas
No encontro ocorrido em Brasília, grupo decidiu fazer, inicialmente, um diagnóstico das reservas extrativistas. Ao final de 4 meses, serão definidas as diretrizes do programa, que ficará a cargo do ICMBio
Carla Viviane
ascomchicomendes@icmbio.gov.br
Brasília (14/10/2017) – Coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), ocorreu na quinta-feira (10) a primeira reunião do grupo de trabalho (GT) que discutirá as bases para a criação de um programa de gestão compartilhada nas reservas ocupadas pelos extrativistas e populações tradicionais. No encontro, o grupo, formado pelo MMA, Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Extrativistas Costeiros Marinhos (Confrem), definiu a necessidade de construir um diagnóstico sobre as reservas extrativistas (Resex). Um novo encontro ficou agendado para setembro em Brasília. O grupo tem 4 meses para definir as diretrizes que vão nortear o programa, de responsabilidade do ICMBio.
Na abertura do encontro, a coordenadora do grupo, a assessora do ministro do MMA Marília Marreco Cerqueira ressaltou o esforço do governo em fortalecer os extrativistas. O presidente do ICMBio, Ricardo Soavisnki, disse que hoje são cerca de 60 mil famílias beneficiadas com o extrativismo nas 62 Resex, nas reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e nas florestas naconais (Flona). “As pessoas moram no local, precisamos contar com elas na gestão das áreas”, argumentou. O ICMBio é responsável pela gestão de 324 unidades de conservação, num total de 79.226.886 hectares, aproximadamente 9% do território nacional.
Segundo o diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial do ICMBio, Claudio Maretti, o propósito é fortalecer as Resex, conservar a natureza e trabalhar com uma gestão compartilhada, estabelecendo as responsabilidades entre poder público e extrativistas na administração das reservas. “Queremos capacitar e empoderar as populações extrativistas nas funções de gestão. Aprimorando, inclusive, o modelo de gestão das unidades”. Ele explicou que os conselhos nas Resexs são deliberativos. Portanto, as decisões já são coletivas dentro dessas unidades de conservação.
Sandra Regina Gonçalves, extrativista da Resex Mãe Grande, no Pará, defendeu, no encontro, a gestão da área pelos extrativistas. Ela contou que nasceu na reserva, teve filhos e conhece toda a história do local até virar uma reserva extrativista. “Nos vivemos lá, já somos gestores no dia a dia, mas falta sermos reconhecidos de fato”, defendeu Sandra, que faz parte do conselho deliberativo da Resex. Já o representante do CNS, Manoel Eduardo Gomes, destacou a necessidade de um diagnóstico da situação das reservas extrativistas. “E também um plano de ação”, ressaltou, elogiando a atitude do governo de chamar os movimentos sociais para construir a proposta.
Comunicação ICMBio
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