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Gestores trocam experiências sobre queimas prescritas
Publicado em
04/04/2019 13h40
Atualizado em
05/04/2019 18h12
Intercâmbio aconteceu na Esec Serra Geral do Tocantins, que é pioneira na implementação do Manejo Integrado do Fogo.
Trocar experiências sobre queimas prescritas, discutir construção de acordos de gestão e realização de pesquisas científicas foram os objetivos do encontro que aconteceu 26 e 31 de março na Estação Ecológica (Esec) Serra Geral do Tocantins. As queimas prescritas fazem parte do Manejo Integrado do Fogo (MIF) em unidades de conservação, que é composto por um conjunto de técnicas que visa mudar o uso e a concepção do fogo, tratando-o como um aliado e não somente como um vilão. As queimas visam diminuir a quantidade de combustível, que é o material orgânico que pode alimentar os incêndios, formando mosaicos no território e evitando que grandes porções de vegetação sejam consumidas de uma vez só em grandes eventos.
A Esec Serra Geral do Tocantins é pioneira na implementação do Manejo Integrado do Fogo (MIF), que acumula experiência em queimas prescritas. É uma das UC que vem impulsionando o amadurecimento institucional na abordagem do MIF, além de apresentar resultados de gestão inspiradores, como a redução de áreas queimadas anualmente, diminuição do tamanho dos grandes incêndios e redução de gastos em operações de combate a incêndios.
No encontro, todos os servidores do ICMBio puderam compartilhar suas experiências em gestão do fogo, em especial sobre a realização de queimas prescritas, construção de acordos de convivência e combate a incêndios. Essa troca de experiências evidenciou como o MIF tem importante papel na instrumentalização de ações de proteção da biodiversidade e de gestão de conflitos socioambientais nos ecossistemas protegidos pela UC.
O intercâmbio contou também com vivências em campo. Foi possível acompanhar e participar da realização de queimas prescritas protagonizadas pela brigada da Esec em diferentes fisionomias com diferentes históricos de queima.
O manejo do fogo na Esec Serra do Tocantins é pautado nos princípios norteadores do manejo adaptativo, que permitem o aprender fazendo, sendo que seu planejamento e implementação exigem a integração de diversos componentes, ações e expectativas. No eixo do manejo adaptativo, em 2014, a UC elaborou e implementou seu primeiro Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF), um instrumento operacional dinâmico que, na perspectiva do aprendizado pela prática, deve ser revisto periodicamente, ano a ano, permitindo revisitar as decisões tomadas e ações efetivadas por meio de avaliações continuadas, direcionando assim novas ações ante a realidade alterada.
Na realização das queimas prescritas, a gestão UC busca construir e manter mosaicos de áreas queimadas, indo ao encontro da teoria amplamente aceita por ecologistas do fogo. O MIF na Esec envolve também a colaboração de instituições de pesquisa como forma de manter e alimentar a espiral do manejo adaptativo e integrado do fogo previsto para a UC.
Antes do MIF, a Esec anualmente sofria com a ocorrência de mega-incêndios, que chegavam a queimar mais de 100 mil hectares em um único evento, no final da estação seca, pressionando severamente a capacidade de resiliência dos ecossistemas. Por causa do MIF, desde 2015, não foram mais registrados nenhum mega-incêndio na UC, sendo que na última temporada, o maior evento de fogo queimou apenas 3 mil hectares – um evento inédito nos últimos dez anos de registros institucionais, conta o chefe da Esec.
Estão programados outros encontros no sentido de favorecer a troca de experiências entre as UC federais: no Parna Campos Amazônicos (em maio) e outro no Parna Chapada dos Guimarães (junho). Com a ampliação dos entendimentos sobre Manejo Integrado do Fogo (MIF) pelos servidores do ICMBio, é necessário o aprimoramento e a consolidação desse conceito. Uma das estratégias para atender essa necessidade é a realização de intercâmbios em UC federais que já venham aplicando diferentes ações de manejo.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280