Gestão da Flona da Restinga de Cabedelo prevê Plano de Manejo para 2014

Atualmente a equipe gestora está na etapa de elaboração do diagnóstico da UC

Victor Souza
victor.souza@icmbio.gov.br

João Pessoa-PB (26/08/2013) - A Floresta Nacional (Flona) da Restinga de Cabedelo, situada na região metropolitana de João Pessoa (PB), prepara para 2014, quando completará dez anos de criação, a publicação de seu Plano de Manejo. De acordo com o chefe da unidade de conservação (UC) federal, Fabiano Gumier Costa, a elaboração do documento dispensará a contratação de consultores, sendo conduzida pelo próprio quadro de servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – envolvendo, além da equipe da floresta nacional, a Coordenação de Elaboração e Revisão de Plano de Manejo (COMAN) e o analista ambiental Eduardo Barros, da Coordenação Regional 4 (CR-4).

A agenda de trabalhos de elaboração do Plano de Manejo foi concebida em conjunto, em junho deste ano, com a COMAN. "Atualmente estamos na etapa inicial de elaboração do diagnóstico da UC. Esperamos consolidá-lo até meados de setembro", revela o analista ambiental, adiantando que a fase seguinte será o reconhecimento de campo, reunindo técnicos da COMAN, da floresta nacional e outras coordenações do ICMBio (de pesquisa, uso público e regularização fundiária), marcado para outubro.
Segundo o chefe da UC, Fabiano Gumier Costa, em breve será realizada uma oficina com pesquisadores, para avaliação do diagnóstico realizado e identificação de lacunas de conhecimento. Em março de 2014, a expectativa é que esse diagnóstico esteja consolidado e na sequência seja realizada uma oficina de planejamento, quando serão discutidas questões de zoneamento, regras, programas e projetos a serem desenvolvidos para a implementação da UC.

Após esta etapa, a expectativa é que o documento seja concluído e submetido ao Conselho Consultivo da UC, entre abril e maio. "Só então o Plano de Manejo será encaminhado para a aprovação da COMAN e publicação por portaria da presidência do ICMBio. Esperamos concluir todas estas etapas e publicá-lo até junho de 2014, quando a Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo completará dez anos de criação", prevê Fabiano.

Pesquisa

Uma das várias iniciativas e fontes de dados utilizadas para a elaboração do Plano de Manejo da Flona é o projeto "Levantamento de atributos e critérios da resiliência socioecológica: O caso da Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo", coordenado pela Professora Tânia Andrade, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB). De 16 a 27 de agosto, Tânia e sua equipe de pesquisadores realizaram, no auditório da sede da floresta nacional, sessões de discussão junto a chefes, analistas ambientais, técnicos administrativos e colaboradores que trabalham não apenas na UC, mas também no Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio), na Reserva Extrativista (Resex) de Acaú-Goiana, na Unidade Avançada de Administração e Finanças – Cabedelo (UAAF-1) e na Coordenação Regional 6 (CR-6) do ICMBio, cujas sedes encontram-se no interior da Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo.

O evento teve como objetivo valorizar e aproveitar o conhecimento que tais profissionais adquiriram ao longo de seu período de vivência na UC como forma de contribuição para a elaboração do Plano de Manejo, extraindo depoimentos que auxiliem na compreensão do cotidiano local e registros de percepções semelhantes ou conflitantes sobre temas diversos. Ainda integraram a atividade de pesquisa representantes do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do IBAMA e da Associação Metropolitana de Erradicação da Mendicância (AMEM), ambos também sediados no território da UC.

"Nossa expectativa é que esse projeto ajude a entender as situações de conflito existentes e potenciais de interação entre a floresta nacional e os diversos atores sociais em seu entorno", analisa Fabiano, acrescentando que outros grupos focais contemplados pela pesquisa compreendem moradores da comunidade vizinha do Renascer e membros do Conselho Consultivo da UC. "Assim, os resultados desta pesquisa também devem contribuir para a elaboração do Plano de Manejo da Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo, considerando que proporcionarão o conhecimento de fatores determinantes para a sustentabilidade da UC e sua interação com o entorno, até o momento pouco conhecido por nós", conclui o chefe da unidade.

A pesquisa em questão, vinculada ao Termo de Reciprocidade entre ICMBio e IFPB, integra o Projeto Extremo Oriental das Américas, iniciativa idealizada pela própria floresta nacional, que visa unir ciência e políticas públicas em prol da gestão de 16 UC situadas na região estuarina do rio Paraíba.

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