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Gato-palheiro raro é encontrado no Parque Nacional das Emas
- Foto: Kennedy Borges
Um gato-palheiro de pelagem escura (melânico) foi registrado pela primeira vez no Parque Nacional das Emas, em Goiás, e foi fotografado pelo analista ambiental Kennedy Borges, que atua na agenda de uso público e pesquisas da unidade. O avistamento de animais da espécie é difícil de ocorrer por se tratar de felino raro e de pequeno porte.
O indivíduo melânico faz parte da espécie Leopardus braccatus, que chegou a ter fotografias registradas em algumas ocasiões no parque, no entanto, com a pelagem característica do melanismo, foi a primeira vez. O melanismo é uma característica genética que diferencia os gatos-palheiros fisicamente – que é uma maior deposição de melanina que torna os pelos pretos. Animais com melanismo são mais raros na natureza e ocorrem em outras espécies também, como as onças-pintadas, por exemplo. No mesmo dia em que foi feito o primeiro registro do gato-palheiro, outro analista ambiental também fotografou o animal. Raphael Ribeiro Francisco fez imagens do felino em outro ponto do Parque, de outros ângulos. Os principais avistamentos no Parque Nacional das Emas, de acordo com o servidor Kennedy Borges, ocorrem nos meses chuvosos, principalmente em março: “Os felinos utilizam os aceiros e estradas do Parque para caça”. Até o momento, não há estimativa da população de animais que ocupam a Unidade de Conservação.
Os gatos-palheiros são animais pequenos, que alcançam de 3 a 5 kg, se alimentam de presas que conseguem capturar com saltos, em especial roedores, lagartos e aves. Diferentes espécies de gatos-palheiros estão espalhadas pelo continente sul-americano, mas a que ocorre no Parque Nacional das Emas é a espécie Leopardus braccatus.
Segundo a coordenadora de táxon dos felinos do último ciclo de avaliação dos carnívoros brasileiros, Dra. Flávia Tirelli, a espécie é incomum ou rara na maior parte de sua distribuição. A pesquisadora também destaca que até 2020 os gatos-palheiros eram conhecidos como uma única espécie, a Leopardus colocola, mas, um estudo observou que existem cinco espécies de gato-palheiro, que atualmente são reconhecidas pela ciência.
No Brasil, ocorrem duas espécies: o Leopardus braccatus na região central do país (biomas Cerrado e Pantanal) e o Leopardus munoai no sul do país (bioma Pampa). O ICMBio avaliou, juntamente com diversos especialistas, o status de conservação destas espécies que habitam no país, e com base em estudos e indicações de especialistas, o resultado, ainda não publicado, indica situação perigosa para Leopardus braccatus e crítica para Leopardus munoai.
Conservação
As maiores ameaças à espécie são os atropelamentos e a perda de habitat. Para preservar os animais, a gestão do Parque Nacional das Emas tem realizado uma série de ações, como palestras e atividades de educação ambiental no quiosque do parque e na rede escolar das cidades da região. Além disso, foram confeccionadas placas que serão implantadas ao longo da rodovia para alertar os motoristas do perigo dos animais na pista.
A conservação da vegetação do Parque Nacional também contribui para a preservação dos gatos-palheiros, pois permite que eles possam exercer sua natureza adequadamente. O gato-palheiro não é o único animal protegido pela Unidade de Conservação: cerca de outras 15 espécies ameaçadas habitam a região, dentre elas, a onça-pintada e o tamanduá-bandeira. Confira a lista completa dos animais aqui.
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