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Fortes chuvas no Paraná causam deslizamentos
Publicado em
21/03/2011 17h23
Atualizado em
13/09/2012 14h54
Fortes chuvas no Paraná causam deslizamentos de terra no Parque Saint-Hilaire/Lange
Priscila Galvão
Brasília (21/03/2011) - A equipe do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, no Paraná, fará nesta semana um sobrevoo para observar a situação dos locais dentro da unidades mais afetados pelas fortes chuvas que caíram na região nos últimos dias. Os gestores vão tentar chegar às áreas isoladas. As comunidades rurais mais atingidas pelas enchentes e deslizamentos são vizinhas ao parque.
A Defesa Civil da região de Morretes informou que 2.450 casas foram atingidas e até a quinta-feira passada havia uma morte confirmada, 1180 pessoas desabrigadas, 800 desalojadas e 145 em abrigos, número que deverá aumentar, pois foi inciada a evacuação dos moradores de áreas remotas que estão sob risco. Em Paranaguá foram atingidas 75 casas, deixando 15 desabrigados, 280 desalojados e 135 pessoas sem abrigos.
O chefe do Parque, Rogério Florezano Júnior, ressalta a importância da área protegida: “Apesar das perdas materiais, o número de mortes foi mínimo, pois não havia ocupação nas encostas. A presença da mata garantiu que uma grande quantidade de água fosse absorvida lentamente, retardando os deslizamentos. Provavelmente, sem a vegetação nativa, os estragos teriam sido muito maiores”.
Foram observados diversos pontos de deslizamento do solo em parte da Serra da Prata, principalmente na porção norte do parque, onde são verificadas as maiores altitudes. Na face leste da Serra, margeada pela rodovia PR 508 (Alexandra-Matinhos), os deslizamentos se concentraram na bacia do Rio Ribeirão, onde estão localizados as captações de água que abastecem a cidade de Paranaguá.
O grande volume de água nos rios e a movimentação de terra e rochas causaram danos graves às estruturas de captação e transporte de água, interrompendo o fornecimento àquele município. Os técnicos da empresa que opera o sistema solicitaram à administração do parque uma autorização emergencial para realização das obras, visto que as captações estão inseridas no interior da unidade. Considerando o caráter de urgência e o interesse público envolvido na questão, a autorização foi expedida, incluindo entre as exigências um relatório detalhado dos danos e das obras realizadas.
O geólogo José Otávio Consoni, analista ambiental do Parna de Saint-Hilaire/Lange, explica que quando a terra perde a capacidade de absorção de água e a precipitação aumenta, há o processo de formação de enxurradas.
“Nestes locais (serra), o solo tem espessura pequena e está associado à declividades superiores a 45%, o que favorece os movimentos de massas (deslizamentos). Como a chuva continuou por vários dias, houve desabamentos, não só das áreas íngremes, mas também no sopé da montanha, deixando exposta a rocha sã. No litoral do Paraná houve uma conjunção de vários fatores, mas o principal foi o volume de água extremamente alto, ultrapassando as médias mensais”.
Segundo dados do Instituto Tecnológico Simepar, as duas primeiras semanas de março registraram pluviosidade entre 400 e 500 mm na região de Morretes e Paranaguá, sendo que praticamente metade desse volume foi observado na sexta-feira (11).
Ascom/ICMBio
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