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Curso Formar Castanha é concluído com Seminário
Publicado em
22/05/2018 18h11
Atualizado em
22/05/2018 18h12
Participaram do curso, que teve 10 meses de atividades, 30 alunos.
O Formar Castanha, que é um processo de formação de longo prazo, foi concluído com um seminário e apresentação de trabalhos no dia 10 de maio em Porto Velho. Participaram trinta alunos entre indígenas, extrativistas, gestores públicos, representantes de cooperativas e de associações comunitárias. Após dez meses de atividades, três módulos presenciais, intercâmbios, muito aprendizado e troca de experiências, o curso foi encerrado com o compromisso dos participantes em propagar o conhecimento aprendido.
“O objetivo central do curso era que todos conseguissem enxergar de forma crítica toda cadeia de valor da castanha, conseguissem se enxergar e enxergar o outro, visando melhorar e fortalecer as relações entre esses elos e torná-las mais equitativas para ambos os lados”, explicou Andreia Bavaresco, coordenadora do IEB Brasília.
A vivência dos diversos elos e os gargalos envolvidos na cadeia foram destacados como um dos pontos altos do curso por Leonardo Nascimento, que é filho de extrativistas e acompanhou os pais desde muito cedo nos castanhais. “A nossa parte do extrativismo termina na revenda e a gente acaba não sabendo para onde a castanha vai. Aqui no curso podemos observar o caminho, passando pelo processamento até a comercialização”, afirmou o jovem da Reserva Extrativista do Rio Ouro Preto. A formação incluiu técnicas de manejo, coleta e organização comunitária, até chegar ao módulo que focou nos desafios da comercialização e a chegada do produto ao consumidor final.
Foi com a experiência adquirida nas atividades de boas práticas do Formar Castanha que Francimir Martins dos Santos, presidente da AMARI (Associação de Moradores da Reserva Extrativista Ituxí), mostrou a outros castanheiros as vantagens de limpar, selecionar e secar a castanha antes de transportá-la. “A gente fez um trabalho com castanha de qualidade, diminuiu o esforço físico, os gastos e a carga da canoa. Agora, ninguém mais quer fazer como antes. Além de economizar dinheiro, tem a melhoria para a nossa saúde e a qualidade de vida”, afirmou Santos, que leva em torno de quatro a cinco dias de travessia de canoa, com passagem por grandes cachoeiras, para chegar aos castanhais.
A melhoria das técnicas de manejo e das relações entre os elos da cadeia de valor fortalecem a defesa da biodiversidade e também dialogam com a importância da manutenção da floresta em pé. “Quando a gente qualifica o trabalho feito junto a essas famílias, beneficiários de unidades de conservação ou indígenas em áreas protegidas, de modo que elas façam a ocupação e utilizem recursos, é possível evitar ou diminuir a possibilidade de êxodo rural, mantendo essas famílias em seus territórios e mantendo esses aspectos culturais e ancestrais de conhecimento e tradicionalidade em favor das florestas em pé”, afirmou João da Mata, coordenador de Produção e Uso Sustentável do ICMBio.
Nos dois últimos dias de atividades foi realizado um seminário, no qual os alunos mostraram aos colegas e parceiros as pesquisas e ações realizadas nas bases e apresentaram a ideia de continuidade da formação. Também foi realizado um debate com o tema “Arranjos institucionais para fortalecimento da cadeia de valor da Castanha do Brasil”, com a presença de representantes da FUNAI, ICMBio, USFS, GIZ e USAID.
Integraram a mesa de abertura do seminário João da Mata Nunes Rocha, Coordenador de Produção e Uso Sustentável do ICMBio, Silvia Elena Moreira Batista, representando o Conselho Nacional de Populações Extrativistas (CNS), Kirsten Silvius do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) e Mario Nicácio, vice coordenador da COIAB.
Parcerias
O Formar Castanhas foi definido como uma das ações do componente “Promoção de Cadeias de Valor de Produtos da Sociobiodiversidade”, no âmbito da Parceria para Conservação da Biodiversidade da Amazônia, dentro da cooperação internacional entre o governo brasileiro e a agência americana de desenvolvimento (USAID).
O Formar Castanhas foi definido como uma das ações do componente “Promoção de Cadeias de Valor de Produtos da Sociobiodiversidade”, no âmbito da Parceria para Conservação da Biodiversidade da Amazônia, dentro da cooperação internacional entre o governo brasileiro e a agência americana de desenvolvimento (USAID).
O componente Cadeias de Valor se propõe a trabalhar de forma planejada, integrada e complementar, com outras instituições que também atuam com a cadeia de valor de um produto extrativista, no caso, a castanha do Brasil. Dessa forma, o Formar Castanha é fruto de uma parceria do ICMBio com o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), o Serviço Florestal dos Estados Unidos e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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