Notícias
Fogo na Chapada começa a ser controlado
Ministro e gestores do ICMBio e Ibama dão entrevista coletiva sobre ações da força-tarefa. Governo trabalha com hipótese de os incêndios terem origem criminosa. PF pode ser acionada para investigar
Ramilla Rodrigues
ramilla.rodrigues@icmbio.gov.br
Brasília (25/10/2017) - O incêndio que surgiu no dia 10 e se agravou no dia 17 na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, começa a ser controlado pela força-tarefa composta pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ibama, Bombeiros do DF e de Goiás, Polícia Rodoviária Federal e Grupo Ambientalista do Torto. Mais de 60 mil hectares já foram atingidos pelo fogo, que é o maior da história do parque.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (25), na sede do Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, o ministro em exercício, Marcelo Cruz, o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, o coordenador-geral de Proteção do Instituto, Luiz Felipe de Luca, e o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, apresentaram dados que comprovam a eficiência dos esforços empreendidos até agora.
Segundo eles, as frentes de fogo do Vale da Lua, da região de Mulungu e da Cara Preta foram extintas e permanecem sob monitoramento. O ICMBio, ainda segundo eles, conseguiu debelar os focos na área da visitação, preservando importantes trilhas e atrativos do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Já nas serras de Santana e do Ministro, cuja área é de difícil acesso e onde ainda há focos de incêndio, a Força Aérea Brasileira (FAB) apoia o combate com uma aeronave Hércules C-130, de acordo com informações dadas pelo coordenador-geral de proteção do ICMBio, Luiz Felipe de Luca.
“Todos os nossos contratos (de aviões-tanque, brigadistas e suprimentos) foram acionados para combater esse incêndio e temos respaldo do Ministério (do Meio Ambiente) para alocar mais recursos, caso seja necessário”, afirmou o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski.
Incêndio criminoso
O ICMBio vem trabalhando com a hipótese de o fogo ter sido intencional ou, mesmo, criminoso, uma vez que o período para ocorrência de incêndios naturais já havia passado quando surgiram os primeiros focos no dia 10.
Incêndios ocorridos no final da seca são potencialmente mais perigosos devido ao acúmulo de material combustível (como folhas e capim) que, secos, facilitam a propagação do fogo. Além disso, as condições climáticas severas, como a alta temperatura e baixa umidade relativa do ar, contribuem para a rápida expansão das chamas e também diminuem a resistência física dos combatentes.
Com a fragmentação dos focos de incêndio, o combate ao fogo é dificultado pela necessidade de logística e coordenação entre as equipes, pois mesmo que um incêndio seja controlado é necessário que haja o monitoramento para evitar reignição.
Para coibir a ocorrência de incêndios criminosos, a Polícia Militar do Estado de Goiás começou a fazer rondas e reforçou o policiamento na região da Chapada dos Veadeiros, em especial nas proximidades do parque nacional. Posteriormente, ICMBio e Ibama vão fornecer laudos técnicos a fim de identificar a perícia.
Segundo o ministro Marcelo Cruz, por se tratar de unidade de conservação federal, a Polícia Federal poderá ser acionada para investigação. Por enquanto, a Polícia Civil goiana vem trabalhando no caso, visto que vários focos tiveram início fora do parque.
“Caso o cidadão seja identificado, ele será responsabilizado por crime ambiental, passível de até quatro anos de reclusão. Também será multado em até R$ 5 mil reais por hectare queimado”, disse o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280