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Floresta Nacional do Tapajós recebe a Jungle Marathon
Ainda pouco conhecida no Brasil, a prova é mundialmente respeitada
Carolina Lobo
ana.lobo@icmbio.gov.br
Brasília (01/10/2013) – De 03 a 12 de outubro, a Floresta Nacional do Tapajós, unidade de conservação federal (UC) situada no estado do Pará, será a sede da Jungle Marathon, a Ultramaratona da Selva, sob as regras de sustentabilidade e conservação da UC. Ultramaratonistas de várias nacionalidades irão percorrer os caminhos e as trilhas da Floresta Amazônica nos percursos de 42, 126,62 ou de 259,54 quilômetros, divididos em 1, 4 ou 7 dias, respectivamente. O quinto dia é o mais desgastante, pois os atletas terão que percorrer a incrível distância de 108 quilômetros, sem parar. No final de cada estágio os corredores compartilharão de acampamentos no estilo amazônico, onde irão montar sua rede para dormir, recuperar as forças e preparar sua estratégia para a etapa do dia seguinte.
A prova, ainda pouco conhecida no Brasil, é mundialmente respeitada e temida, tendo sua última edição retratada em diversas revistas especializadas pelo mundo. Foi considerada no ano passado pela CNN, a prova mais difícil do planeta, em razão do clima, diversidade de terreno e altimetria do percurso amazônico. E é justamente essa condição extrema que atrai atletas das mais diferentes modalidades e perfis. Estarão presentes este ano 65 atletas de 20 nacionalidades diferentes, dentre os quais, 12 mulheres.
A 9ª edição da ultramaratona terá apoio logístico do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão da Flona do Tapajós, que vem adotando como linha de atuação a ligação entre o esporte e a conservação da biodiversidade. A identidade visual do evento e o guia impresso para a corrida, que traz, inclusive, informações sobre o ICMBio e a Floresta Nacional do Tapajós, foram feitos pela Divisão de Comunicação (DCOM) do Instituto. A equipe da Flona e de UC vizinhas também participarão do apoio logístico e operacional, aproveitando para divulgar a missão institucional do ICMBio.
Para Gustavo Costa Rodrigues, coordenador-geral de Planejamento Operacional e Orçamento do ICMBio, que participa pelo segundo ano consecutivo da prova de 259,54 quilômetros, é a oportunidade de conhecer um pedaço da Amazônia que seria inviável visitar de outra forma. "Dormiremos cada dia em uma aldeia indígena ou comunidade tradicional, participando do seu dia a dia e conhecendo seus costumes. Um desafio que nos transforma física e mentalmente, chegando ao extremo do desgaste muscular, compensado pelas belezas incomparáveis da floresta nacional e seu pôr do sol inesquecível".
Shirley Thompson, organizadora do evento, enfatiza que desde a primeira edição menos de 50 brasileiros conseguiram terminar a prova. "Estou muito feliz porque haverá mais atletas brasileiros este ano. Acho que está na hora de termos um vencedor do Brasil." O recorde da prova é do britânico Duncan MacRae, que venceu no ano passado com o tempo de 39 horas e 8 minutos.
O chefe da Floresta Nacional do Tapajós, Fábio Menezes de Carvalho, destaca que, com aproximadamente 527 mil hectares – sendo mais de 160 quilômetros de praias –, cobertura florestal fortemente preservada, o rio Tapajós com suas águas verdes e mornas e a enorme beleza cênica da região, a Flona é uma das UC mais visitadas na região Norte do Brasil. "Hoje ela é uma das unidades mais prósperas e protegidas da Amazônia, com grande diversidade de atividades, inclusive esportivas, entre elas a mais importante ultramaratona de selva do planeta, a Jungle Marathon", frisa.
Programação da corrida
A competição propriamente dita ocorre no período de 6 a 12 de outubro, mas já na quinta-feira (03), o barco estará à disposição dos participantes a partir das 17h, em Alter do Chão, no município de Santarém, para viajarem para a Flona do Tapajós. No dia seguinte, chegada à Prainha por volta das 13h e dia dos atletas dedicado ao recebimento dos kits, entrega dos atestados médicos e apresentação à equipe do ICMBio, da Flona e de outras áreas protegidas do Brasil, como as reservas extrativistas Tapajós-Arapiuns e Renascer, ambas no Pará. No sábado (05), os preparativos finais, como instrução de sobrevivência na selva, seguida de instrução dos médicos. A linha de chegada, no dia 12 (sábado) é na praia de Maracanã, Santarém, com a entrega dos prêmios no restaurante Casa do Saulo, durante a festa de confraternização.
A autossuficiência dos participantes é a característica central da ultramaratona. Cada corredor terá que carregar seu próprio alimento, equipamento, kit médico, rede e demais itens durante todo o percurso. A organização da prova fornecerá apenas água mineral – quente, para preparo dos alimentos, e fria, para consumo durante a corrida – e serão responsáveis pelo apoio logístico e médico, com uma equipe de 218 funcionários, com bombeiros, militares, médicos e paramédicos, além de moradores do entorno da floresta nacional.
Tamanho desafio atraiu os olhares do repórter e maratonista Clayton Conservani, da TV Globo, que, pela primeira vez, participará da prova e filmará o programa Planeta Extremo, apresentado no Fantástico e no Esporte Espetacular.
Mais informações sobre a Maratona da Selva em www.facebook.com/JungleMarathon e http://www.junglemarathon.com .
A Flona
Criada em 1974, a Floresta Nacional do Tapajós é a unidade de conservação federal que mais abriga pesquisa científica no bioma Amazônia – 91 pesquisas em 2012, segundo informações do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio). Além das qualidades ambientais – grande diversidade de paisagens, com rios, lagos, alagados, terra firme, morros, planaltos, floresta, campos, açaizais etc. –, a Flona também apresenta expressiva riqueza sociocultural, representada por aproximadamente 500 indígenas da etnia Munduruku e pelos mais de 4.000 moradores tradicionais que vivem em 25 comunidades na região. Parte dessa população realiza manejo florestal sustentável em área especialmente reservada para esse fim, e o manejo é referência de sucesso no Brasil e América Latina e movimenta quase R$ 4 milhões por ano, recurso que fica na unidade e auxilia no desenvolvimento social e na proteção da UC.
Para saber mais sobre a Floresta Nacional do Tapajós, clique aqui .
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280