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Floresta do Ibura detecta corte ilegal de árvores
Levantamento vai balizar proteção da unidade em Sergipe
Brasília (06/12/2012) – A Floresta Nacional (Flona) do Ibura, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no município de Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe, acaba de iniciar levantamento sobre o uso não sustentável dos recursos naturais da unidade de conservação (UC), principalmente o corte ilegal de árvores. O trabalho vai servir para a definição de ações de proteção da unidade.
Segundo o analista ambiental e coordenador do levantamento, Paulo Cezar Reys Bastos, a Flona possui uma longa história de uso não sustentável. Durante o monitoramento, foi observada a existência de inúmeras árvores cortadas, indicando a ocorrência de invasão da área. Aparentemente, as árvores estariam sendo derrubadas pela comunidade do Povoado Estiva, que fica ao sudoeste da Flona, com o intuito de fazer lenha para fogão, conforme atividade identificada pela professora Laura Jane, em 2003, na pesquisa “Uso do Horto Florestal do Ibura pelas comunidades locais”.
Áreas mais vulneráveis
A equipe da unidade de conservação está fazendo o levantamento das árvores cortadas e medindo a circunferência e a altura do corte em relação ao solo de cada uma. As informações poderão mostrar que as árvores estão sendo cortadas indiscriminadamente e sem condição de brotação e, ainda, indicar as áreas da floresta que estariam mais vulneráveis a esse tipo de ação.
“Estamos medindo apenas as árvores nativas, ou seja, não estamos levando em conta os eucaliptos. Há uma grande quantidade deles caídos por estarem velhos e 'brocados', conforme laudo do professor Antônio Américo, da Universidade Federal de Sergipe, e muitos deles foram cortados pela própria universidade para análise. Também não levamos em consideração as árvores, mesmo que nativas, que foram cortadas por terem caído na estrada, como forma de desobstruir a passagem”, explica Paulo Cezar.
Dados do monitoramento indicam que ao leste da Flona do Ibura há uma pequena área, no entorno imediato da unidade, onde estão sendo feitas plantação de feijão e milho e a utilização de muita madeira para criação de uma cerca ao redor da área. “É possível que a madeira esteja sendo retirada de dentro da Flona, mas isso é apenas suposição. O trabalho também tem nos mostrado que a área sudoeste da unidade está sendo gradativamente destruída pela comunidade do Povoado Estiva. No local, encontramos muito lixo jogado a céu aberto”, relata o coordenador da pesquisa.
Comunicação ICMBio
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