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Flona do Tapajós mapeia atividades produtivas
Dezenove comunidades residentes na UC paraense sobrevivem do manejo agrícola e florestal
Brasília (14/06/2011) – A Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, no Pará, acaba de concluir o levantamento das atividades produtivas – agrícolas e florestais – praticadas pelas comunidades residentes no interior da unidade.
O trabalho foi feito em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o Projeto Floresta em Pé, do Ibama, e a Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona). Ao todo, foram visitadas 19 comunidades entre junho de 2010 e maio de 2011.
A Flona abriga diversas iniciativas de manejo de recursos naturais como a extração de óleos vegetais, sementes e látex. Além da extração de produtos e subprodutos da floresta, há a produção agrícola. Juntas, essas atividades são a base de sobrevivência de muitas famílias residentes na unidade de conservação (UC).
As atividades tradicionais de utilização e aproveitamento dos produtos da floresta sempre foram grandes aliadas na manutenção da floresta em pé. As comunidades da Flona situadas nas margens do Rio Tapajós, quando comparadas às demais comunidades da UC, apresentam menores taxas anuais de desmatamento. Uma das explicações está no retorno econômico que essas populações têm ao manter a floresta conservada, aliado a fatores sociais e culturais.
Levantamento - Durante a coleta de informações foram visitadas as comunidades de São Domingos, Maguary, Jamaraquá, Jaguarari, Pedreira, Piquiatuba, Tauari, Pini, Taquara, Prainha II, Prainha I, Itapaiuna, Paraiso, Jutuarana, Itapuama, Nazaré, Marituba, Acaratinga e Marai.
Em todas elas, foram feitas reuniões com a participação de moradores que desenvolvem atividades extrativistas, produção agrícola e turismo de base comunitária. Nas reuniões, as pessoas indicaram diversas atividades, dentre elas a produção agrícola – farinha de mandioca, cupuaçu para consumo e comercialização e produtos para subsistência como milho, feijão e macaxeira – e o extrativismo – látex, andiroba, semente de cumaru e açaí.
Nos levantamentos, foram observados que os moradores vendem a maior parte da produção nas próprias comunidades da Flona e no comércio de Santarém (PA), mas sentem dificuldade em escoar a produção, em razão da má qualidade das estradas e o preço do transporte. Além disso, ficou evidente a opção das populações pelo plantio da mandioca. Praticamente todas as famílias cultivam a raiz.
Algumas comunidades mantêm ações financiadas pelo Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sustentável na Amazônia (Promanejo), como movelarias comunitárias, oficinas caboclas, marchetaria, criação de abelhas, sistema agroflorestais (SAF), óleos (andiroba e copaíba), artesanatos e couro ecológico.
Com o levantamento concluído, a equipe de trabalho da Flona prepara agora uma oficina de planejamento, que contará com a presença de representações comunitárias, instituições de pesquisa e demais parceiros, para análise dos resultados obtidos.
A oficina deverá ser realizada em agosto. Com isso, a equipe da Flona espera que as instituições de governo e a Coomflona, com apoio das associações comunitárias, possam oferecer subsídios para nortear e estruturar as ações de fomento e fortalecimento das atividades produtivas da Flona do Tapajós.
Ascom/ICMBio
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