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Flona de Canela é objeto de estudo do projeto PAPP
Publicado em
16/04/2018 14h28
O estudo mostrou que o uso público pode ser uma importante ferramenta para as atividades de educação ambiental, recreação e lazer, além do desenvolvimento econômico e social das comunidades locais.
A Floresta Nacional de Canela, no Rio Grande do Sul, foi objeto de estudo no projeto de Parcerias Ambientais Público-privadas (PAPP), desenvolvido e coordenado pelo ICMBio e Ministério do Meio Ambiente, sob execução financeira do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) e patrocínio do BID/Fomin e Fundo Socioambiental/Caixa.
O estudo de caso formulado para a Flona levou em consideração o desenvolvimento de parcerias para o fomento de atividades de recreação e visitação com caráter educativo, alternativas de uso sustentável para a unidade. O estudo mostrou que o uso público em UCs pode ser uma importante ferramenta para o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, recreação e lazer, assim como uma alternativa de utilização dos recursos naturais e culturais, podendo contribuir para o desenvolvimento econômico e social sustentável das comunidades locais.
De maneira geral, o estudo teve como objetivos analisar a viabilidade econômico-financeira das atividades potenciais da região, avaliar o instrumento jurídico de parcerias ambientais, apontar alternativas juridicamente adequadas para viabilizar a reversão de parte do recurso arrecadado em investimentos para adequar a infraestrutura de visitação da UC, e determinar impactos sociais, econômicos e ambientais dessas alternativas.
TURISMO
A cidade de Canela faz parte da Região das Hortênsias, uma das mais importantes do estado do Rio Grande do Sul em termos de capacidade turística, recebendo mais de 2,5 milhões de visitantes por ano. Inserida em uma área repleta de atividades de recreação e aventura, a cidade se destaca como destino de ecoturismo consolidado na região, com grande potencial para o investimento em parcerias ambientais.
De acordo com Pedro Paes Lira, coordenador do estudo de caso produzido pela empresa Natureza Urbana, apesar de as UCs apresentarem importante aspecto ambiental e cultural para a localidade, tal competência ainda não tem sido explorada: “Os resultados alcançados pelo estudo demonstraram que existe potencial socioeconômico e ambiental neste tipo de exploração para as UCs em questão, representando uma perspectiva para contribuir de forma efetiva para a implementação, a manutenção e o desenvolvimento sustentável das Flonas por meio de parcerias”.
Atualmente, a Flona de Canela oferece poucas atividades de uso público, a maioria focada em educação ambiental e pesquisa. É importante ressaltar o potencial da unidade, que possui espaços de grande beleza natural, podendo receber atividades de recreação, lazer e alimentação.
CONSOLIDAÇÃO DE PARCERIAS
Com relação à localização e acesso à unidade, pode ser criado um circuito de ecoturismo compreendendo outras UCs da região, a exemplo da Flona de São Francisco de Paula e do Parque Nacional de Aparados da Serra. Nesse sentido, observa-se a necessidade de implementar sinalização adequada ao longo das rodovias e caminhos para atrair e orientar visitantes. A Flona de Canela está próxima do centro da cidade (aproximadamente 6 km), podendo receber turistas para ‘day-use’ ou mesmo visitas mais rápidas para almoço ou passeios curtos.
Com relação ao perfil dos turistas da região, o estudo identificou que a maioria das pessoas é casada e viaja em família, e o principal fator para a escolha do destino são os atrativos naturais da região. Muitos visitantes buscam informações sobre o destino antes da viagem, o que reforça a importância da divulgação e propaganda em sites de turismo, panfletos, agências de viagens e outros.
O estudo indica também que o Centro de Visitantes da Flona deve ter exposições interpretativas de qualidade e acessíveis a todos, conscientizando os turistas sobre a importância de se preservar o meio ambiente. Outro aspecto relevante do edifício é seu papel de orientar a visitação, com mapas e indicações sobre os passeios existentes. Poderá ser implementada, ainda, uma infraestrutura para venda e exposição de artesanato local, souvenires, itens de primeira necessidade e produtos alimentícios.
MODELO DE NEGÓCIOS
Também a partir do estudo das potenciais atividades relacionadas a lazer, eventos, ecoturismo, turismo de aventura e turismo rural, foi desenvolvido um modelo de negócios com o objetivo de dar sustentação econômica e financeira a uma parceria entre o ICMBio e um agente privado.
Este modelo foi desenvolvido levando em consideração a vocação natural da unidade, as atividades e atrativos já existentes na região, as demandas da UC e sua missão institucional. Propõe-se então, um modelo de negócios que confira a possibilidade de um retorno adequado ao parceiro, ao passo que permita o desenvolvimento de novas ideias empreendedoras sobre o modelo básico proposto. Esse modelo tem por base a obrigatoriedade do desenvolvimento de algumas atividades relacionadas ao uso público e a permissão de proposição de exploração de receitas acessórias mediante compatibilidade com o Plano de Manejo recém-aprovado e autorização prévia do poder concedente.
Leia o estudo completo
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280