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FIRE-ADAPT: Brasil recebe especialistas globais para discutir manejo integrado do fogo
- Foto: Lemuel Alcântara
De 11 a 27 de junho, o Brasil hospedou o StudyHub Brazil, uma fase do projeto FIRE-ADAPT. O projeto, financiado pela União Europeia através do programa Marie Sktodowska-Curie, é coordenado pela Fundação Pau Costa da Espanha. Reúne 24 instituições de dez países: Espanha, França, Reino Unido, Portugal, Itália, México, Colômbia, Brasil, Bolívia e Argentina.
O objetivo principal é abordar toda a diversidade de tipos de incêndios e os seus diferentes contextos, reunindo conhecimentos especializados de todas as regiões da Bacia do Mediterrâneo e da América Latina com o objetivo de melhorar a compreensão do papel do manejo integrado do fogo na prevenção de incêndios florestais e para melhorar os serviços ecossistêmicos naturais e culturais.
O StudyHub Brazil foi organizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Polo Socioambiental Sesc Pantanal. As atividades deste Study Hub visaram familiarizar os participantes com os progressos que o país tem feito na gestão dos incêndios florestais nos últimos 35 anos, com especial enfoque na implementação de políticas relacionadas com o manejo integrado do fogo.
A primeira fase ocorreu em Brasília, no auditório do Prevfogo/Ibama, incluindo debates internos entre os participantes e palestras de renomados pesquisadores brasileiros e profissionais ambientais como Vânia Pivello, Pedro Paulo Xerente, Alexandre Sampaio, Emerson Vieira e Isabel Schmitt.
Para demonstrar o trabalho das instituições públicas, foram apresentadas palestras sobre a gestão do fogo no Brasil por João Paulo Morita, Coordenador de Manejo Integrado do Fogo do ICMBio; Flávia Saltini Leite, Coordenadora-Geral do Prevfogo; Isolde Lando, Coordenadora de Prevenção de Ilícitos da Funai; e Carolina Schubart, Coordenadora do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal.
Após esta fase inicial, o grupo seguiu para o estado do Mato Grosso. A primeira parada foi no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (PNCG) e Estação Ecológica Serra das Araras, no qual foram conduzidas palestras e atividades, incluindo a execução de queimas prescritas com a assistência de profissionais. Os participantes também foram apresentados a técnicas desenvolvidas pelas comunidades para queimas prescritas em locais de difícil acesso, como o uso de dispositivos aéreos artesanais feitos com bambu e estopa embebida em material inflamável.
"Há uma grande quantidade de trabalho feito no Brasil nos últimos 10 anos em relação ao manejo integrado do fogo, abrangendo o Cerrado, Pantanal e outros biomas brasileiros. Esta experiência começou com trocas de informações científicas em sala, mas também incluiu visitas de campo para demonstrar o trabalho técnico realizado no país", afirmou Luiz Gonçalves, analista ambiental do ICMBio responsável pela gestão do fogo no PNCG.
A terceira etapa do Study Hub foi realizada no Pantanal Mato-Grossense, dando oportunidade para se explorar a aplicação do manejo integrado do fogo na maior planície alagável do mundo.
"Para os pesquisadores, visitar o Brasil é uma oportunidade única para trocar técnicas e conhecimentos, além de vivenciar experiências de campo e compreender a realidade local, incluindo os conhecimentos das comunidades locais e ancestrais. Todo este conhecimento é valioso e precisa ser preservado", disse Júlia Nogués, integrante da equipe de coordenação do projeto.
Para o Brasil, é de suma importância hospedar fases de projetos como esse a fim de que o país mostre para o mundo os avanços que têm alcançado na gestão do fogo, enquanto pode importar técnicas e conhecimentos científicos que estão sendo desenvolvidos em outros países.
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