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Filhote de peixe-boi-marinho é resgatado na Paraíba
Na tarde da última quarta-feira (15), as equipes do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho e da Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape atenderam a um encalhe de um animal marinho vivo na praia de Gramame, litoral sul da Paraíba. Ao chegar ao local, as equipes constataram que se tratava de um filhote de peixe-boi-marinho macho, recém-nascido, ainda com resquícios de cordão umbilical.
A equipe realizou os primeiros atendimentos no local e conduziu o animal para o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio), localizado na Ilha de Itamaracá, litoral norte de Pernambuco. As informações são do pesquisador e médico veterinário João Carlos Gomes Borges, coordenador do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho.
Ao chegar ao CMA, o filhote foi recebido pela equipe que realizou as primeiras medidas e verificou que o filhote mede aproximadamente 1,30 metros e pesa cerca de 37 kg. A seguir, o filhote foi estabilizado, alimentado e monitorado durante 24 horas pelos tratadores e veterinários.
A veterinária Fernanda Attademo recebeu o animal na base do CMA e prestou os primeiros atendimentos para estabilização e reabilitação. A veterinária acompanhará a recuperação do filhote até que ele possa voltar para a natureza, no cativeiro localizado na APA da Barra de Mamanguape, sob os cuidados da Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA).
“O filhote ficará em reabilitação na base de Itamaracá, até que tenha condições clínicas e comportamentais para ser solto na natureza, o que ocorre em cerca de 3 a 5 anos”, informa a coordenadora do CMA, Fábia Luna. Fábia acredita que, quando apto, o filhote será levado para a APA da Barra de Mamanguape, no estado da Paraíba, que já foi base do Centro e local de origem do Projeto Peixe-Boi.
O atendimento ocorreu em parceria entre o ICMBio e a FMA, por meio da Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (REMANE). As instituições atuaram de forma conjunta e rápida: em poucas horas o animal já havia sido resgatado e estava destinado para a reabilitação. Todos os procedimentos foram seguidos de acordo com o protocolo de resgate e transporte de "Atendimento a peixes-bois encalhados e transporte de filhotes" publicado pelo ICMBio em 2022.
Homenagem
O filhote recebeu o nome de “Biruca”, em homenagem ao Geraldo de Brito, servidor público do ICMBio lotado na APA da Barra do Rio Mamanguape. Biruca é o apelido do servidor, que é o funcionário mais antigo do Projeto Peixe-Boi/ICMBio. Ele auxiliou nas primeiras pesquisas de levantamento populacional de peixe-boi, foi responsável pelos cuidados dos peixes-bois que viveram em cativeiro na APA, implantou o ponto fixo para visualização de peixes-bois, onde coleta semanalmente as informações sobre a espécie e até hoje realiza o monitoramento dos peixes-bois soltos na Paraíba.
Seu Biruca, como é conhecido na comunidade de Mamanguape, tem origem indígena, é líder e exemplo no local. “Ele faz parte da história do Projeto Peixe-boi e é um orgulho para o ICMBio e para a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA), instituição parceira que realiza as atividades com os peixes-boi da região e responsável pelo resgate do filhote”, conta a coordenadora Fábia Luna.
Desde a década de 80, quando começaram os estudos com peixes-bois, Biruca é apaixonado pelos animais, sempre dedicou a vida para a conservação deste mamífero tão ameaçado de extinção. Ele ensinou aos filhos e netos a importância de cuidar dos peixes-bois, mas principalmente de cuidar do ambiente em que eles vivem, pois sem um ambiente conservado não se tem nem o peixe-boi, nem a vida. Além de ensinar a própria família a amar os animais, ele como líder na comunidade vem fazendo um trabalho de sensibilização onde hoje todos respeitam e cuidam dos peixes-bois.
Comunicação ICMBio
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