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Extrativista ameaçado de morte no Pará recebe proteção policial
Medida foi providenciada pelo ICMBio, que apertou o cerco a crimes ambientais na região
Elmano Augusto
elmano.cordeiro@icmbio.gov.br
Brasília (15/09/2011) - Desde a semana passada, dois policiais - um civil e um militar - fazem a segurança pessoal do agricultor Raimundo Belmiro, líder da comunidade da Reserva Extrativista (Resex) do Riozinho do Anfrísio, na Terra do Meio, no Pará. Raimundo está ameaçado de morte por defender a reserva da ação de grileiros.
A proteção ao extrativista foi providenciada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia do Ministério do Meio Ambiente que administra a reserva. Ao mesmo tempo, o ICMBio intensificou as operações de fiscalização na região para coibir os crimes ambientais.
PROVIDÊNCIAS - Ao tomar conhecimento de novas ameaças de morte a Raimundo, o Instituto e o Ministério do Meio Ambiente enviaram ofício à Polícia Federal e à Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, pedindo proteção ao extrativista.
Foram feitos também contatos com o Comando Militar de Altamira (PA), com a Polícia Civil do Pará e com a Força Nacional. O fato foi levado ainda ao conhecimento da Comissão Interministerial de Combate a Crimes e Infrações Ambientais (CICIA), da qual o ICMBio faz parte.
Inicialmente, foi acertada a presença na reserva de dois policiais, com diárias pagas pelo ICMBio, até que a SDH acione o pessoal da Força Nacional e a Polícia. Os policiais estão orientados para fazer a guarda pessoal de Raimundo em todos os seus trajetos 24 horas por dia.
Há pelo menos sete anos, o líder extrativista sofre ameaças de morte por resistir à ação de grupos criminosos que atuam principalmente na localidade de Trairão, nos fundos da reserva. Esses grupos são acusados de desmatarem a floresta para comercializar a madeira e grilar as terras.
No mês passado, uma nova ameaça de morte foi conhecida por meio de um depoimento de um usuário da reserva, gravado em áudio por um servidor do ICMBio.
OPERAÇÃO - Desde então, o Instituto intensificou as operações de fiscalização nos municípios onde ficam a resex Riozinho do Anfrísio e a Floresta Nacional de Trairão. O trabalho é feito em parceria com a Força Nacional, a Polícia e o Exército.
Segundo o coordenador de Fiscalização do ICMBio, Leonardo Messias, já foram identificadas áreas de corte seletivo de madeira perto do limite das duas unidades, apreendida grande quantidade de equipamentos - tratores, caminhões, carros, motosserras - e presos dois seguranças que receberam os fiscais à bala.
Ainda segundo ele, foram apreendidos, aproximadamente, 2.000 m3 de madeira (em toras e serrada), a maior parte de Ipê, madeira de alto valor comercial, que está sendo retirada do local com a ajuda do Exército.
Ascom/ICMBio
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