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Expedição registra seis espécies de primatas no Jamanxin
Dados vão contribuir para o plano de manejo do parque no Pará
Brasília (14/11/2012) – Durante o mês de outubro, a equipe do projeto Primatas em Unidades de Conservação da Amazônia realizou mais uma expedição de campo. Desta vez, a unidade escolhida foi o Parque Nacional (Parna) do Jamanxim, no sudoeste do Pará.
O objetivo da expedição foi conhecer a comunidade de primatas da região e, assim, contribuir para o futuro plano de manejo da unidade. O levantamento foi realizado por Gerson Buss, analista da unidade de conservação, Ricardo Sampaio, da Floresta Nacional (Flona) Purus, Rafael Rossato, da Flona Tefé, e Marcos Fialho, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB).
O trabalho consistiu de inventários de primatas em trilhas e ao longo do rio Jamanxim, além de entrevistas com moradores da localidade. Os dados levaram à conclusão de que a fauna local, apesar dos vestígios de ocorrência de caça, ainda é abundante. Espécies de grande porte, tais como queixadas, antas, ariranhas, onças-pintadas, mutuns e araras foram registradas em pouco tempo de amostragem.
Com relação aos primatas, foram observadas seis das oito espécies esperadas para o local, sendo a mais frequente o guariba-de-mãos-ruivas ( Alouatta discolor ). Dentre as espécies de primatas ameaçadas de extinção, foi confirmada a ocorrência do coatá-da-testa-branca ( Ateles marginatus ), que possui uma dieta altamente frugívora e necessita de matas bem preservadas. Ainda foram feitos registros do sauim-branco (Mico leucippe ), considerado Deficiente em Dados (DD).
Moradores do entorno da unidade de conservação relataram a ocorrência, a leste do parque, de outras espécies não esperadas para a região. As informações serão investigadas em uma próxima expedição.
O parque
O Parna do Jamanxim possui aproximadamente 860 mil hectares e foi criado em 2006. A unidade sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é cortada pela BR-163 (Cuiabá-Santarém) e complexos hidrelétricos estão previstos para o rio Jamanxim, no interior da unidade. É extremamente relevante conhecer a biota local, coletando sempre que possível material biológico para estudos futuros.
A unidade chama a atenção pelo grande número de “encontros” com espécies em tão curto espaço de tempo, o que pode ser um indicativo do elevado grau de integridade ambiental da unidade de conservação, considerando que o Parque se encontra em uma região com alta taxa de desmatamento, a unidade desempenha um importante papel na conservação da biodiversidade local.
Comunicação ICMBio
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