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Expedição monitora avifauna do Raso da Catarina
Esec na caatinga baiana é considerada santuário de aves
Brasília (25/10/2012) – O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acaba de realizar mais uma expedição à Estação Ecológica (Esec) Raso da Catarina, na Bahia. A iniciativa faz parte do projeto Monitoramento da avifauna de unidades de conservação (UCs) federais.
Durante a expedição, que ocorreu entre os dias 7 e 21 passados, os pesquisadores recolheram amostras em quatro áreas de caatinga arbórea e arbustiva, por meio de redes de neblina, pontos de escuta, observação, listas e censos noturnos. Foram anilhados 346 indivíduos, pertencentes a 55 espécies e catalogadas 114 espécies por meio de Lista de Mackinnon e pontos.
Com aproximadamente 100 mil hectares, a Esec Raso da Catarina é área prioritária para a conservação de aves, já tendo sido catalogadas na região 233 espécies. Nas três expedições promovidas desde 2011, foram registradas 158. Desse total, sete representam novos registros.
Além de pesquisadores do Cemave, participaram da expedição colaboradores das universidades federais de Pernambuco (UFPE), da Paraíba ( UFPB), Rural de Pernambuco (UFRPE), de São Carlos (UFSCAR) e da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis).
Presença de caçadores
Os pesquisadores registram ainda a presença intensa de caçadores, o que pode ser um impacto para a conservação da biodiversidade da UC. Por isso, novas expedições serão planejadas para monitorar prioritariamente espécies cinegéticas (relativas à caça).
Na oportunidade, foram treinados dois bolsistas do Projeto Nacional de Ações Público-Privadas para a Biodiversidade (Probio II) da Esec com métodos aplicados à captura e anilhamento, para que a atividade seja realizada em longo prazo pelos servidores e colaboradores da Esec, de acordo com o que preconiza o Protocolo de Monitoramento.
Soltura de arara-azul-de-lear
Ainda durante a expedição, foi feita a soltura imediata de uma arara-azul-de-lear resgatada em Jeremoabo (BA) no mesmo período em que os pesquisadores estavam em campo. Baleado provavelmente por caçadores, o animal foi reabilitado pela equipe e interagiu bem com as araras silvestres após a soltura, realizada de acordo com o Protocolo de Destinação da Arara.
Estima-se que existam na região apenas 1.150 araras-azuis-de-lear. A espécie é endêmica da caatinga do nordeste da Bahia. Os esforços de conservação da ave estão no Plano de Ação Nacional (PAN) coordenado pelo ICMBio.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280