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Expedição monitora aves marinhas em Abrolhos
Publicado em
11/07/2018 19h42
Equipes do Parque Nacional e Cemave realizam contagem identificando ninhos das aves marinhas.
Mais uma expedição de campo foi realizada pela equipe do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), dentro do Programa de Monitoramento de Aves Marinhas de Abrolhos. As equipes cumpriram com as atividades anuais de contagens de aves previstas no monitoramento, identificando os ninhos de grazinas (Phaethon aethereus e P. lepturus – ambas ameaçadas de extinção no Brasil) em todas as ilhas do arquipélago, atobás-marrons (Sula leucogaster) nas ilhas Santa Bárbara, Redonda e Sueste, além de beneditos (Anous stolidus) e trinta-réis-das-rocas (Onychoprion fuscatus) na ilha Guarita.
O Parque dos Abrolhos se destaca por abrigar a maior colônia de Phaethon aethereus do Brasil, espécie ameaçada nacionalmente. As grazinas são um dos principais atrativos de visitação da unidade, e a conservação desta espécie ameaçada de ave marinha é um dos objetivos de manejo do Parque. Os visitantes podem vivenciar uma experiência única de contemplar ninhos de atobás-mascarados e grazinas, além de observar as aves marinhas durante todo o seu passeio no Parque.
As aves marinhas têm um papel importante no equilíbrio dos ambientes que ocupam e também representam a conexão entre o ambiente marinho e as ilhas, uma vez que são as aves quem trazem os nutrientes do oceano para a parte emersa da ilha, incorporando nutrientes ao solo através de suas fezes.
O Cemave é o centro de pesquisa responsável no ICMBio pelos Planos de Ação Nacional para a Conservação das Aves Ameaçadas – os PANs. O PAN Aves Marinhas foi aprovado pela Portaria nº 286, de 4 de abril de 2018, e contempla 13 táxons nacionalmente ameaçados de extinção, bem como diversas ações que incluem o arquipélago dos Abrolhos. Patrícia Serafini, do Cemave, relata que, para o monitoramento da biodiversidade, o papel dos centros de pesquisas é fundamental tanto para fornecer suporte técnico/científico para a equipe da unidade quanto para a padronização de protocolos de coleta de dados que possam ser utilizados em outras unidades de conservação.
Neste sentido, desde 2017 estão sendo executadas, de forma contínua pela equipe do Parque, diversas atividades mensais de monitoramento de aves marinhas, reforçadas por contagens anuais e reuniões técnicas de capacitação que contam com o apoio presencial do Cemave. No programa de monitoramento foram definidas metas e prioridades do programa e estabelecido um cronograma de atividades a serem realizadas ao longo dos próximos meses e anos. A continuidade da parceria entre o Cemave e a unidade será fundamental para implementar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento do Programa de Monitoramento das Aves Marinhas do arquipélago.
Lucas Cabral Lage, bolsista de apoio científico do Parque, ressalta que os programas de monitoramento da biodiversidade permitem um acompanhamento de longo prazo das populações. "São importantes para gerar informações biológicas para subsidiar a gestão e o manejo, bem como para avaliar a efetividade da UC para os alvos de conservação. Além disso, as informações geradas pelos monitoramentos servem de base para outras pesquisas dentro da unidade”, ressalta.
Além do monitoramento, a expedição contou também com a presença de dois pesquisadores colaboradores do PAN Aves Marinhas, Márcio Efe da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Guilherme Tavares Nunes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ambos desenvolvem o projeto “Biologia reprodutiva e forrageamento das aves marinhas de Abrolhos”, o qual também tem na equipe do Cemave, e é financiado pela Fundação Grupo Boticário. Patricia Serafini explica que, neste projeto, as áreas de alimentação das aves marinhas que se reproduzem no Parque são identificadas através de equipamentos rastreadores remotos miniaturizados. Desse modo, é possível identificar áreas de interesse para a conservação e subsidiar a gestão da unidade com informações obtidas sob a ótica da biodiversidade local.
Outro ponto positivo da expedição de campo foi aproveitar a presença dos especialistas do PAN Aves Marinhas e Cemave para realizar palestras e rodadas de discussão técnicas entre os pesquisadores, a equipe do Parque, visitantes e representantes da Marinha do Brasil, na própria ilha Santa Bárbara. Os programas de monitoramento da biodiversidade também são um atrativo para os voluntários e monitores ambientais que se tornam mais engajados nas atividades da UC.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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