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Estudos preveem 4 corredores ecológicos no Cerrado
ICMBio apoia os projetos, que contribuem para a gestão das UCs
Dandara Santos
dandara.silva@icmbio.com
Brasília (14/09/2012) – Quatro iniciativas de implantação de corredores ecológicos estão em estudo no Cerrado, entre os 23 projetos existentes em todo o território nacional. O objetivo é ligar diferentes unidades de conservação (UCs) e auxiliar na manutenção dos processos ecossistêmicos do bioma, a fim de ajudar na conservação das espécies. As propostas se concentram nos trechos Emas-Taquari, Paranã-Pirineus, Chapada dos Veadeiros-Serra do Tombador e no Jalapão. E contam com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, os corredores ecológicos são porções de ecossistemas naturais que ligam UCs. Sua criação possibilita o fluxo da fauna, o que, segundo o Coordenador de Mosaicos e Corredores Ecológicos do ICMBio, Allan Crema, facilita a dispersão de espécies e recolonização de áreas degradadas. “O corredor ecológico possui grande relevância para a manutenção dos processos ecossistêmicos e para a viabilidade em longo prazo da biodiversidade existente nas unidades de conservação e outras áreas protegidas”, diz Crema.
Das quatro iniciativas, três já estão em fase de desenvolvimento. O primeiro é o projeto do Corredor Ecológico da Região do Jalapão, localizado na região leste do Estado do Tocantins e que abrange uma parte dos estados da Bahia, Piaí e Maranhão. Além do ICMBio, a iniciativa tem o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Recursos Hídricos do Estado do Tocantis e outros parceiros.
A segunda proposta é o Corredor Ecológico Chapada dos Veadeiros-Serra do Trombador, que tem o apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e visa a unir as duas áreas de preservação, separadas por cerca de 20 quilômetros, estabelecendo um espaço para o fluxo de fauna e flora diversificadas. O terceiro corredor é o Parque Nacional das Emas-Taquari, que abrange o sudoeste do Goiás até o centro-norte do Mato Grosso do Sul.
Segundo Allan Crema, para se criar um corredor ecológico é preciso, primeiramente, conduzir estudos e diagnósticos de paisagem, considerando o contexto socioeconômico da região. A primeira etapa permite que os remanescentes naturais, importantes para preservar a área de distribuição das espécies, sejam identificados.
“O planejamento é iniciado com a definição das unidades de conservação que farão parte do corredor, depois do grau de conservação e fragmentação da paisagem e, por último, de uma análise de quais instituições devem conduzir os trabalhos”, explica o coordenador. Segundo ele, os limites do corredor são definidos com base em critérios técnico-científicos. Eles surgem, em geral, de iniciativas do poder público para minimizar os impactos da degradação ambiental nas unidades.
Programa Piloto
As primeiras iniciativas de implantação de corredores ecológicos surgiram com o Programa Piloto para a Conservação das Florestas Tropicais do Brasil (PP-G7), conduzidas pelo Ministério do Meio ambiente. Hoje são 23 projetos no Brasil, que envolvem instituições gestoras como o ICMBio e órgãos federais, estaduais e municipais de meio ambiente.
Universidades, ONGs e representantes dos conselhos de bacia hidrográfica, comitês de turismo e associações locais também fazem parte do processo de construção dos corredores ecológicos, dos quais apenas dois são formalmente reconhecidos pelo Ministério – o Corredor Ecológico da Mata Atlântica e o da Amazônia Central.
Crema destaca que os corredores ecológicos, além de ser um instrumetno de gestão ambiental, podem gerar oportunidades de negócios. Ele cita como exemplos o ecoturismo, desenvolvimento do selo ambiental, criação de novos empregos aos produtores rurais e o melhor aproveitamento dos frutos e demais produtos da natureza.
Os corredores também beneficiam os agricultores, que entram como parceiros-chaves na hora de estabelecer um corredor ecológico. “Alguns corredores apoiam a recuperação de matas de galeria, nascentes e fragmentos nativos importantes no contexto local. Desse modo, os agricultores também são beneficiados pelos serviços ambientais advindos da conservação da natureza, como a manutenção da qualidade da água e do ar, a polinização e a fertilidade do solo”, diz Allan Crema.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280