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Estudo destaca preservação de aves na Esec Serra das Araras
Publicado em
19/11/2018 16h21
Atualizado em
20/11/2018 11h40
Inventário de aves silvestre na unidade de conservação, fruto de um estudo de mestrado, é publicado.
Acaba de ser publicado o mais novo inventário de Aves para a Estação Ecológica da Serra das Araras (Esec Serra das Araras), uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral, localizada entre os Municípios de Porto Estrela e Cáceres, no estado de Mato Grosso. O trabalho, intitulado “Birds of Estação Ecológica da Serra das Araras, state of Mato Grosso, Brazil: additions and review”, divulgado na revista “CheckList”, é fruto do estudo de mestrado de Breno Dias Vitorino, realizado em parceria com a Angélica Vilas Boas da Frota, e orientação dos professores Josué Nunes e Solange Ikeda, da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).
Os ornitólogos Breno Vitorino e Angélica Vilas Boas percorreram os mais diversos ambientes no interior da UC, para catalogar as espécies de aves. Além da coleta de dados em campo, os pesquisadores compilaram informações presentes em estudos anteriormente realizados na UC, como também consultaram coleções científicas, na busca de espécies provenientes da Esec Serra das Araras.
Entre os resultados apresentados no artigo, está o grande número de espécies até então já registradas para a Esec Serra das Araras. Ao todo, são 458 espécies de aves presentes na lista consolidada. Breno explica que esse expressivo número em partes se deve a posição geográfica da Estação Ecológica da Serra das Araras, localizada no Bioma Cerrado, em uma zona de contato com a Amazônia e o Pantanal. Essa região é também denominada de ecótono, por conter espécies dos diferentes biomas.
Breno chama a atenção para o elevado número de espécies quase ameaçadas, ameaçadas e raras que foram registradas durante o inventário. Como exemplo: o uru-corcovado (Odontophorus gujanensis) espécie quase ameaçada que vive em áreas florestais da Esec Serra das Araras; o pequeno beija-flor topetinho-do-brasil-central (Lophornis gouldii), ameaçado de extinção na categoria vulnerável, tanto a nível nacional quanto global; e a rara araponga-do-horto (Oxyruncus cristatus), espécie documentada pela primeira vez para o estado de Mato Grosso pelo pesquisador. Os resultados apresentados no artigo reforçam a importância das Unidades de Conservação, em especial da Esec Serra das Araras para a proteção das aves da porção sudoeste do estado de Mato Grosso, área essa que sofre sérios problemas relacionados à perda e degradação de habitats naturais.
Marcelo Leandro Feitosa de Andrade, chefe da UC, destaca a importância dos resultados da presente pesquisa para a gestão da Esec Serra das Araras, em especial, ações visando uma possível ampliação da UC: “A Estação Ecológica da Serra das Araras é conhecida academicamente por ser uma região de grande tensão ecológica. A UC é localizada no Bioma Cerrado, todavia recebe influencias do Bioma Amazônico e Pantanal, visto a proximidades destes. Além disso, a UC é formada por um mosaico de fitofisionomia do cerrada e cada fitofisionomia possui uma fauna associada, o que justifica a grande biodiversidade presente na UC”, destaca Marcelo.
Além da UNEMAT a pesquisa contou com o apoio do ICMBio, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave/ICMBio) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O artigo pode ser acessado na integra aqui
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