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Espécie ameaçada e endêmica de lagarto é reencontrada no Parque Nacional da Serra do Cipó
Dados subsidiará conservação da herpetofauna da Cadeia do Espinhaço
Brasília (18/04/2011) - Analistas Ambientais do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN/ICMBio), em parceria com pesquisadores da Universidade de São Paulo, registraram a ocorrência de uma espécie de lagarto (Placosoma cipoense) desaparecida há mais de 10 anos no Parque Nacional da Serra do Cipó, Unidade de Conservação federal localizada em Minas Gerais.
Pesquisadores do RAN e da USP vêm, desde 2010, atuando na Cadeia do Espinhaço (MG) na execução do projeto “Avaliação do grau de conservação de répteis ameaçados de extinção endêmicos da Serra do Espinhaço”.
O projeto do ICMBio visa levantar dados científicos que subsidiem a elaboração e execução do Plano de Ação para a Conservação da Herpetofauna da Cadeia do Espinhaço, em cumprimento à meta estabelecida na Convenção da Biodiversidade pela autarquia
O foco inicial do projeto engloba estudos de distribuição geográfica e análises de variabilidade genética de três espécies de lagartos ameaçados de extinção da família Gymnophthalmidae – a saber: Rhachisaurus brachylepis, Heterodactylus lundii e Placosoma.
A espécie Rhachisaurus brachylepis atualmente está inserida na categoria Deficiente de Dados e o Heterodactylus lundii é considerado uma espécie Vulnerável, segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
O Placosoma cipoense foi descrito na Serra do Cipó (Serra do Espinhaço) há mais de 50 anos. Esta espécie endêmica da região está listada como “Em Perigo” no Livro Vermelho. Até hoje, apenas quatro indivíduos foram encontrados, ocasionalmente, por botânicos e herpetólogos.
Apesar do esforço amostral de outros pesquisadores, há mais de 10 anos não se tinha registro desta espécie. Contudo, em março de 2011, dando-se continuidade ao projeto, durante expedição à Serra do Cipó foram reencontrados indivíduos desta espécie dentro do Parque Nacional.
A Serra do Espinhaço foi considerada pela Unesco, em 27 de junho de 2005, a sétima reserva da biosfera brasileira, devido a sua grande diversidade de recursos naturais. Mais da metade das espécies de animais e plantas ameaçados de extinção em Minas Gerais está na Cadeia do Espinhaço, especialmente na Serra do Cipó, onde se encontra o maior número de espécies endêmicas da flora brasileira.
Por ser uma área de transição, pode-se encontrar diversas fitofisionomias, englobando campos rupestres (bioma frágil, de baixa capacidade de recuperação), Mata Atlântica, matas secas características de Caatinga, Cerrado e matas de galeria. Esta diversidade de ambientes favorece a rica biodiversidade local.
Compõem a equipe de pesquisadores os analistas ambientais do RAN/ICMBio, Hugo Bonfim de Arruda Pinto (coordenador do projeto) e Sônia Helena Santesso Teixeira de Mendonça ; o chefe do Parna Serra do Cipó, Henri Collet; e os pesquisadores da USP Miguel Trefaut Urbano Rodrigues, José Cassimiro da Silva Junior, Marco Aurélio de Sena, Mauro Teixeira Junior e Renato Sousa Recoder.
Ascom/ICMBio
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