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Especialista discute monitoramento ambiental na Amazônia
E destaca importância dos índios na coleta de dados para pesquisas
Brasília (10/02/2012) – O pesquisador da Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA), José Manuel Vieira Fragoso, deu palestra nesta sexta-feira (10), no auditório da sede do Instituto chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília, sobre o monitoramento ambiental em larga escala com envolvimento local e indígena para avaliar mudanças na Amazônia.
A palestra foi promovida pela Coordenação Geral de Pesquisa e Monitoramento do ICMBio, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Agência Alemã de Cooperação para o Desenvolvimento (GIZ), no âmbito do Projeto Monitoramento da Biodiversidade in situ com relevância para o clima.
Uma equipe liderada pelo doutor e pesquisador sênior José Manuel Vieira Fragoso implementou um sistema de monitoramento da biodiversidade em florestas tropicais na América do Sul. A pesquisa envolveu populações tradicionais em Roraima e na Guiana Inglesa.
Na palestra, Fragoso ressaltou a importância da colaboração das comunidades indígenas. “Todos os dados do monitoramento foram coletados por técnicos indígenas, selecionados e treinados no local da pesquisa. A única forma de descobrir esse pedaço da Amazônia é trabalhando com os índios”.
Fragoso também abordou aspectos da influência da religião nos povos indígenas e no meio ambiente, a relação da caça e o valor da espiritualidade. A coleta de dados e o sistema de verificação foram adaptados para práticas que levassem em conta fatores culturais. O pesquisador propôs protocolos e melhorias na metodologia para orientar futuras pesquisas e monitoramentos em larga escala.
Ele também destacou que a abordagem participativa pode ser usada em áreas protegidas para beneficiar comunidades locais e gerar dados de alta qualidade e cientificamente rigorosos para apoiar a definição de políticas públicas. Em áreas rurais e remotas do mundo, a grande quantidade de dados ambientais necessários para detectar mudanças em níveis globais e locais, provavelmente, só serão coletadas através da colaboração com comunidades locais.
O estudo começou em 2005 e teve duração de três anos. No período, foram percorridos 43.122 quilômetros em transecções, realizados 84.028 registros de sinais de animais, 48 mil avistamentos de 267 espécies.
Comunicação ICMBio
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