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Esec Tamoios quer “apagar” o coral-sol
UC na Costa Verde do Rio fará Operação Eclipse
Brasília (26/03/2013) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizará na próxima terça-feira (3) uma grande operação de controle do coral-sol na Estação Ecológica (Esec) de Tamoios, entre Angra dos Reis e Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro. A iniciativa tem a parceria do Instituto Biodiversidade Marinha e do projeto Coral-Sol.
Inédita no País, a operação está sendo batizada de Eclipe, pois pretende “apagar” o coral-sol da chamada Costa Verde do estado do Rio, onde fica a Esec de Tamoios. O coral-sol é uma espécie exótica invasora, nociva à biodiversidade marinha brasileira.
Além de eliminar o coral, os responsáveis pela operação querem chamar a atenção para os danos causados pela invasão desse tipo de espécie exótica à vida marinha em uma unidade de conservação de proteção integral, como a Esec de Tamoios.
O controle dos corais será realizado por dezenas de voluntários (catadores de coral, mergulhadores, técnicos das equipes das instituições envolvidas e outros voluntários) em uma flotilha de barcos de Angra e Ilha Grande que seguirão para a Ilha Queimada Grande, onde será feita a limpeza.
“Nossa meta é retirar milhares desses corais do ambiente, promovendo a recuperação ambiental da Esec de Tamoios, que é muito importante para a conservação da Costa Verde do Rio de Janeiro” diz Joel Creed, coordenador do Projeto Coral-Sol e professor associado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Oficina de manejo
No dia seguinte, na quarta-feira (3), será realizado em Angra dos Reis (RJ) a 1ª Oficina de Manejo do Coral-Sol nas Unidades de Conservação Marinhas Brasileiras. Os objetivos são discutir a bioinvasão do coral-sol, debater as implicações desse tipo de ocorrência para o licenciamento de empreendimentos potencialmente impactantes e criar uma rede e um plano de ação para o manejo do coral-sol nas UCs marinhas.
Participarão da oficina representantes do Instituto Chico Mendes, Ibama, Instituto Biodiversidade Marinha, Ministério de Pesca e Aquicultura, Instituto do Ambiente do Rio de Janeirio (Inea) e prefeitura municipal de Angra dos Reis. Hoje, no Brasil, pelo menos nove unidades de conservação marinhas já foram invadidas pelo coral-sol.
MPF investiga bioinvasão
A questão do coral-sol no litoral brasileiro levou o Ministério Público Federal (MPF) em Angra dos Reis (RJ) a instaurar inquérito civil público para apurar as causas da bioinvasão e medidas possíveis de controle da espécie e do impacto ambiental.
O coral-sol é conhecido como “assassino” por atacar os corais nativos. Diversas evidências apontam que essa espécie de coral, pertencente ao gênero Tubastraea spp, tenha sido introduzida acidentalmente na Baía da Ilha Grande através de plataformas e sondas de petróleo e gás.
A possibilidade do coral-sol atingir os recifes de coral brasileiros é alarmante porque esses recifes são especialmente vulneráveis, tendo em vista que são importantes para biodiversidade e geração de fonte de alimento e renda para milhares de pessoas.
Essa bioinvasão pode gerar perda da biodiversidade e fragilização dos recursos pesqueiros (tanto do extrativismo, quanto da maricultura), além de outros impactos sociais e ambientais nas regiões infestadas.
No estado do Rio de Janeiro, o problema abrange as regiões de Arraial do Cabo, Búzios, Mangaratiba, Angra dos Reis, Paraty, além da capital. Na Baía da Ilha Grande, os potenciais pontos de introdução do coral-sol no meio-ambiente são o terminal da Petrobrás (Tebig) e o estaleiro BrasFels em Angra dos Reis, que estão sendo investigados.
Contatos para cobertura jornalística da operação e outras informações:
Régis Pinto de Lima (Chefe da Esec de Tamoios)
Email: regis.lima@icmbio.gov.br; Tel: (24)3362-9885
Joel Creed (Coordenador do Projeto Coral-Sol)
Email: jcreed@uerj.br; Tel: (21)8111-1657
Comunicação ICMBio - (61) 3341-9280 - com informações do Projeto Coral-Sol e do site do MPF.