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Esec Serra das Araras promove queima controlada
Publicado em
24/07/2019 18h53
Atualizado em
24/07/2019 18h59
O projeto CERFogo, que busca no fogo respostas para a conservação do bioma do Cerrado, é realizada com instituições de ensino.
A queima experimental controlada aconteceu entre os dias 11 e 12 de julho. (Foto: Acervo/ICMBio)
Foi necessária cerca de uma hora e meia para que um hectare de Cerrado sucumbisse ao fogo, e outra hora e meia para que mais outro hectare tivesse o mesmo desfecho. A Estação Krestel de medição para o fogo marcava 33 graus de temperatura, a umidade relativa do ar 33,1% e a probabilidade de ignição estava em 80%. A Estação Ecológica (Esec) Serra das Araras, em Porto Estrela (MT), foi palco pelo segundo ano consecutivo de uma queima experimental controlada entre os dias 11 e 12 de julho.
A ação faz parte da pesquisa desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, com fomento do Fundo John Fell, e pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Conhecida como CERFogo, a pesquisa “Estratégias para conservação da biodiversidade e ecologia do Cerrado” busca no fogo respostas para a conservação do bioma.
Para que a queima fosse realizada com segurança, as parcelas foram separadas por um acero, com retirada de solo mineral e outro de expansão, chamado de linha negra. Os brigadistas do ICMBio queimaram duas das seis parcelas que compreendem os 6 hectares preparados para os experimentos. O procedimento foi acompanhado por um drone multiespectral que mostra a altura das plantas, a densidade da vegetação na área, e o avanço do fogo. As alternâncias de áreas de queima possuem o propósito comparativo e de análise para as respostas que virão em alguns anos de pesquisa. Antes da queima, a etapa é minuciosamente preparada para o experimento.
Desde dezembro de 2017, os pesquisadores catalogam a flora, instalaram métodos e monitoram seus fluxos de carbono. Nas queimas experimentais em julho de 2018 foram monitoradas as rebrotações e realizado um segundo levantamento da flora para identificação das espécies por meio de crescimento, reprodução e morte. Pesquisadores desenvolvem um trabalho meticuloso de identificação das espécies e do número de árvores.
Pesquisadores monitoram rebrotações, realizando um levantamento da flora. (Foto Acervo/ICMBio)
As amostras botânicas testemunhas das espécies arbóreas, arbustivas e herbácias foram coletadas, processadas e incorporadas na coleção de referência do HPAN que possui cerca de 700 amostras deste projeto. De acordo com a professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Unemat, Maria Antonia Carniello, doutora em Biologia Vegetal e curadora do HPAN, em alguns anos de estudo se percebeu uma alteração na biodiversidade do Cerrado, assim como na Esec Serra das Araras, onde não havia queimadas desde 1991, razão pela qual os pesquisadores estão atrás de respostas.
As amostras botânicas testemunhas das espécies arbóreas, arbustivas e herbácias foram coletadas, processadas e incorporadas na coleção de referência do HPAN que possui cerca de 700 amostras deste projeto. De acordo com a professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Unemat, Maria Antonia Carniello, doutora em Biologia Vegetal e curadora do HPAN, em alguns anos de estudo se percebeu uma alteração na biodiversidade do Cerrado, assim como na Esec Serra das Araras, onde não havia queimadas desde 1991, razão pela qual os pesquisadores estão atrás de respostas.
Os alunos do PPGCA e os alunos bolsistas da graduação em Ciências Biológicas da Unemat, que trabalham em projetos de pesquisa ecológica aplicada ao manejo do fogo no Cerrado e de outras instituições, desenvolvem seus estudos em conjunto com o CERFogo. Os doutorandos da Unemat, Leandro Jorge de Souza Alves, e da Unicamp, Melina Sampaio, buscam entender o comportamento do fogo estudando as estruturas do Cerrado para produzir uma ferramenta tecnológica de suporte a decisões em operações de combate e prevenção de incêndios florestais.
Valéria Lucélia de Oliveira Corrêa, técnica do CERFogo e mestranda, desenvolve suas investigações sob a temática: “Dinâmica de carbono no Cerrado na Estação Ecológica da Serra das Araras ao longo do ano e sob diferentes históricos de fogo”, com coletas quinzenais ao longo do ano e nas missões intensivas. Seus estudos servirão de base para as outras pesquisas que estão em desenvolvimento na Esec da Serra das Araras. A mestranda pretende responder se as queimas no Cerrado provocam maior estoque de carbono pelas árvores ou não.
A Esec da Serra das Araras tem por objetivo, além da proteção da área, a realização de estudos científicos. A equipe da unidade busca recomendações para estratégias de manejo na própria Esec e unidades de conservação de Cerrado. O chefe da UC Serra das Araras, Marcelo Leandro Feitosa de Andrade, cita que a ausência do fogo vem provocando alterações. Segundo ele, as espécies do Cerrado vão diminuindo e simplificando o bioma.
Além de sediar o CERFogo e participar do Comitê Gestor e de suas discussões, o ICMBio é responsável pela logística do projeto e pela queima das etapas. À Unemat Cáceres cabe garantir espaço físico e laboratorial, as bolsas de iniciação científica e de estágio, além dos translados das equipes de pesquisa durante a execução do projeto.
*Com informações da Unemat
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados:
Comunicação ICMBio
(61) 2028 9280
*Com informações da Unemat
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados:
Comunicação ICMBio
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