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Noronha une esforços para conquistar selo de Geoparque
Certificado concedido pela Unesco tem como foco áreas que conciliem proteção do patrimônio geológico e desenvolvimento sustentável
Brasília (10/02/17) – O
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha,
unidade de conservação (UC) administrada pelo ICMBio em Pernambuco, é conhecido mundialmente por abrigar belezas naturais singulares. A Baía do Sancho, por exemplo, já foi indicada em diversas publicações como a melhor praia do planeta para se visitar.
Agora, um grupo de especialistas une esforços para que Fernando de Noronha conquiste o selo de Geoparque, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que poderá trazer diversos benefícios para o arquipélago.
Em 2001, a Unesco declarou o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e a
Reserva Biológica do Atol das Rocas
como Patrimônios Naturais da Humanidade. Os títulos foram concedidos em virtude das características ecológicas, especialmente a alta frequência de golfinhos-rotadores na região.
Segundo estudo da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), o arquipélago abriga 43 geossítios, 26 terrestres e 17 submersos. De acordo com Jasmine Moreira, turismóloga da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR), os geossítios representam lugares ou pontos de interesses geológicos. “O grande diferencial de Fernando de Noronha é que não há nenhum outro local no Brasil que, em uma área tão pequena, tenha um número tão elevado de geossítios”, destaca Jasmine.
Geoparques
Atualmente, existem no mundo 120 Geoparques, distribuídos em 32 países. A China detém sozinha 33 deles. Já no Brasil, há apenas um, o Geoparque Araripe (Araripe Geopark), localizado no Ceará.
O Geoparque é um título concedido pela Unesco a uma área com limites bem definidos, que una proteção do patrimônio geológico e desenvolvimento sustentável. Proteger e promover o patrimônio, mediante iniciativas educativas e sustentáveis, estão entre os objetivos de um Geoparque. Além de buscar estimular geração de emprego e renda para as comunidades locais, por meio da valorização da sua história e cultura.
Entre as principais vantagens que Noronha terá ao receber o título de Geoparque, está a possibilidade de atrair recursos, do Banco Mundial por exemplo, para a realização de projetos, programas e adequação de infraestrutura, promovendo benefícios para as gerações atuais e futuras.
Jasmine Moreira trabalha há dez anos com enfoque no arquipélago, e em 2013 foi criado um Grupo de Trabalho para estudar as diretrizes para a conquista do selo da Unesco. O grupo é formado por representantes do Projeto Golfinho Rotador, Projeto Tamar, ICMBio, Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entre outros.
“Uma das grandes vantagens de Fernando de Noronha, é que já existem ali duas unidades de conservação”, lembra a turismóloga. Além do Parque Nacional, há também a
Área de Proteção Ambiental (APA) de Fernando de Noronha
.
Sobre Noronha
Com 26 km² de área, o arquipélago de Fernando de Noronha está situado a 360 km de Natal (RN), 545 km de Recife (PE), 710 km de Fortaleza (CE) e 2.700 km da África. A ilha principal, Fernando de Noronha, possui 10 km de comprimento e 3,5 km de largura. O arquipélago é formado por um total de 21 ilhas, ilhotas ou rochedos e lajedos.
Entre as características exigidas pela Unesco para conceder o título de Geoparque estão: biodiversidade, paisagem, geodiversidade, infraestrutura turística e envolvimento da comunidade. De acordo com Jasmine, Noronha já reúne essas características, faltando apenas ampliar o envolvimento comunitário. O envio do dossiê para a Unesco só será realizado quando a comunidade aprovar a ideia.
Uma das estratégicas sugeridas para que os moradores se envolvam com a questão do selo de Geoparque é a 'Semana de Geologia', evento que promoveria uma série de atividades na ilha voltadas para a conscientização sobre a importância do selo.
Sobre o Projeto Golfinho Rotador
O Projeto Golfinho Rotador iniciou suas atividades em Fernando de Noronha em agosto de 1990. Ações de pesquisa, educação ambiental, sustentabilidade e envolvimento comunitário em prol da conservação dos golfinhos-rotadores, do arquipélago de Fernando de Noronha e da biodiversidade marinha fazem parte de sua missão. O Projeto Golfinho Rotador é executado pela ONG Centro Golfinho Rotador, tem coordenação do ICMBio e patrocínio oficial da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Comunicação ICMBio – (61) 2028-9280 – com informações da Ascom do Projeto Golfinho Rotador