Projeto piloto busca a atuação de parcerias em rede e tem contribuído para o desempenho de atividades nas unidades de conservação.
Ramilla Rodrigues
ramilla.rodrigues@icmbio.gov.br
Gestores e instituições parceiras se encontraram em Brasília para compartilhar experiências, debater e refletir sobre os resultados do Projeto Motivação e Sucesso na Gestão de Unidades de Conservação (MOSUC). O MOSUC é um projeto piloto que busca a atuação de parcerias em rede e tem contribuído para o desempenho de atividades nas unidades de conservação.
O MOSUC é desenvolvido em parceria com a Fundação Moore através do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), que participa também de outros projetos importantes para a conservação, como o monitoramento da biodiversidade. “Temos acompanhado o ICMBio nos últimos 6 anos e detectamos a necessidade de apoio à gestão, como a atuação em rede. No caso do MOSUC é um desenho novo, para testar esse modelo”, diz a coordenadora do IPÊ, Fabiana Prado. O ICMBio tem um termo de parceria com o IPÊ e este, por sua vez, com as instituições locais. A ideia é que as instituições locais sejam responsáveis por providenciar colaboradores da própria comunidade, aumentando ainda mais o senso de pertencimento ao território.
Dentro do Projeto, são 12 instituições locais atuando em 14 territórios, congregando uma ou mais unidades de conservação, na Amazônia. Cinquenta e quatro colaboradores participam diretamente das atividades das unidades de conservação, como manutenção de trilha, suporte logístico e administrativo e monitoramento da biodiversidade. Esses colaboradores são pessoas que residem dentro ou no entorno da unidade de conservação. “Com esse arranjo de parceria em rede, pudemos identificar um perfil específico necessário como maneira de priorizar as pessoas que moram nos locais e que proporcionam ganhos muito grandes com a relação das comunidades e a UC pois estas pessoas, por vezes, têm um conhecimento mais ampliado sobre o território que o próprio gestor”, pontua a coordenadora do Projeto MOSUC, Angela Pelim. O evento foi a primeira vez que gestores puderam se reunir com representantes das instituições parceiras de outras localidades para que eles pudessem avaliar a implementação do projeto.
A Unidade Especial Avançada (UNA) é o território que possui a maior quantidade de colaboradores: 10, sendo que três deles ficam na base em Novo Progresso e os outros sete na sede, em Itaituba. A instituição parceira da UNA é a Associação de Desenvolvimento Turístico do Tapajós. “Com dez pessoas a mais atuando como auxiliares de campo, conseguimos executar atividades que antes não conseguíamos dar continuidade, tais como: manutenção e sinalização das trilhas, monitoramento da biodiversidade, organização e manutenção de equipamentos. Hoje fazemos o triplo de atividades em relação ao que fazíamos antes do MOSUC”, conta a analista ambiental Lívia Haubert, da UNA Itaituba.
Rodrigo Mota é representante da ADTUR, parceira da UNA Itaituba. Ele conta que, com o MOSUC, a própria instituição necessitou se estruturar e contratou outros profissionais para se fortalecer ainda mais. A ADTUR já trabalhava em outros momentos com as unidades de conservação administradas pela UNA, especialmente no Parque Nacional da Amazônia. “No geral, conseguimos nos estruturar também para outras parcerias, como o SEBRAE e Consórcio Tapajós que viram esta força que tivemos a partir do Projeto, e estamos apoiando a comunidade local para buscar o desenvolvimento do turismo ecológico na região”, diz Mota.
O Parque Nacional do Jaú recebe três colaboradores do Projeto. A unidade compartilha o escritório em Novo Airão com o Parque Nacional de Anavilhanas e a Reserva Extrativista do Rio Unini, cada um com três pessoas também. O perfil é variado. Há profissionais que cuidam da parte de logística e administração e outros que colaboram diretamente em campo. “Na Resex Unini, temos um colaborador que é líder comunitário, e ele faz o papel de mobilização das comunidades, facilitando a nossa comunicação com os moradores”, afirma a chefe do Parque Nacional do Jaú, Mariana Leitão. Ela também conta do importante trabalho na área de educação ambiental que só foi possível de realizar por conta de dois profissionais contratados via MOSUC. “Eles percorreram todas as mais de 50 comunidades no Parque Nacional de Anavilhanas e temos outra funcionária que tem um calendário com as escolas para falar das UCs e do ICMBio. Essas atividades só foram possíveis pelo MOSUC”, conta.
A parceira das unidades em Novo Airão é a Fundação Almerinda Malaquias (FAM). A FAM atua na educação ambiental e para o uso sustentável dos recursos naturais visando a geração de renda. Assim como a ADTUR, a FAM também já tinha um relacionamento com o ICMBio. “Já tínhamos feito parcerias dentro da área de educação ambiental com as crianças da região, por causa do MOSUC estreitamos ainda mais as relações e pretendemos futuros projetos conjuntos”, diz o representante da FAM, Paulo Henrique Queiroz.
O projeto iniciou em meados de Julho de 2017 e vai até o final de 2019.
“A concepção geral é sempre fortalecer o gestor, que é algo importante para a gente. Fortalecer a capacidade de gestão. Buscamos ampliar o envolvimento das comunidades locais e o fortelecimento das organizações locais que são de pequeno e médio porte. Elas já estão ali no território e muitas vezes já se envolveram de alguma forma com as Unidades e com os gestores. Com o projeto ampliamos isso e com este modelo deixamos este legado ao território”, diz Fabiana Prado.
“Para a gente é um resultado fantástico que as relações estejam amadurecidas a ponto de ter continuar a parceria com ou sem o IPÊ. Isso denota que conseguimos alcançar a meta de fortalecimento institucional”, ressalta Angela.
Comunicação ICMBio
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