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Empoderamento feminino fortalece a gestão de UC no Nordeste
- Foto: Divulgação/ICMBio
Geração de emprego e renda, sensação de pertencimento e poder de decisão... esses são alguns dos resultados que o fortalecimento de associações comunitárias pode trazer aos beneficiários de unidade de conservação. Porém, quando se trata de mulheres, a organização em associações e cooperativas trazem benefícios ainda maiores.
Durante o I Seminário de Boas Práticas em Gestão Socioambiental do Nordeste, que ocorre entre os dias 26 e 30 de setembro, mulheres – gestoras e comunitárias - apresentaram exemplos importantes que podem ser replicados em unidades e inspiraram muitos outros participantes com suas vivências.
Um dos exemplos mostrados ocorreu no Parque Nacional da Furna Feia, no Rio Grande do Norte. Por lá, o ICMBio estimulou, por meio do Turismo de Base Comunitária, o empoderamento das mulheres da região através de capacitações em áreas temáticas escolhidas em conjunto com a comunidade. Oficinas de meliponicultura, cursos de capacitação em identificação de serpentes e artesanato inspiraram as mulheres do entorno da unidade a empreender e ter uma fonte de renda própria. Os jovens também não foram esquecidos – oficinas de teatro propiciaram a formação de dois grupos de jovens comunitários.
Estas capacitações estimularam a pedagoga Luciana Goiz a empreender no ramo de fitoterapia. Luciana produz óleos, sabonetes, loções, batons labiais e diversos produtos com produtos da Caatinga, como juá, aroeira e jurema preta.
Nas Reservas Extrativistas de Lagoa do Jequiá (AL) e do Delta do Parnaíba (MA/PI), a iniciativa foi das mulheres extrativistas e marisqueiras. Nas duas unidades, as mulheres formaram associações de mulheres marisqueiras inspiradas em outras organizações de mulheres, como a da Costa dos Corais, e agora também inspiram outras comunitárias.
“Em vários setores, nós mulheres trabalhamos como os homens e recebemos menos. Nós estamos valorizando o trabalho feminino, queremos andar lado a lado deles”, diz a comunitária Deuza da Cunha, da Rede de Mulheres do Delta.
Essas redes de mulheres buscam capacitações para agregar valor ao marisco e assim reforçar a renda, bem como de profissionalizar as mulheres no trato com o marisco e aproveitar os resíduos de moluscos e crustáceos, bem como a da fauna de arrasto.
Os resultados na melhoria da renda e da qualidade de vida das famílias são visíveis, mas não são os únicos. As mulheres organizadas também estão sendo fundamentais no monitoramento da pesca na RESEX Lagoa do Jequiá. Vendo que basicamente eram homens os envolvidos nas ações de monitoramento, elas buscaram se inserir na ação e hoje são as principais animadoras do processo, demonstrando que o protagonismo feminino também fortalece a conservação da biodiversidade, assim como as instâncias de participação social na gestão da UC, seja nos Conselhos ou nos demais processos de gestão.
Segundo a analista ambiental Claudia Cunha, ponto focal da Gestão Socioambiental da GR 2 – Nordeste, os conselhos são espaços privilegiados de participação social. “Nosso papel como Poder Público é fomentar e implementar os conselhos e demais ferramentas gestão socioambiental. Assim, asseguramos que a gestão seja participativa e que as muitas vozes que compõem aquele território sejam ouvidas”.
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