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Efeito do fogo no Cerrado é tema de pesquisa em UC
Publicado em
31/07/2018 18h58
Atualizado em
02/08/2018 19h01
Trabalho na Esec Serra das Araras está sendo executado em parceria com a Universidad of Oxford, Universidade do Estado de Mato Grosso e o ICMBio.
A Estação Ecológica (Esec) Serra das Araras (MT) está sendo palco da pesquisa intitulada “Estratégias para Conservação da Biodiversidade e Ecologia do Cerrado: o uso do fogo como ferramenta de gestão”, conhecido como Projeto CERFogo. A pesquisa está sendo executada em parceria com a Universidad of Oxford (Inglaterra), Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Objetivo da pesquisa é estudar a mudança da estrutura e composição da vegetação após o fogo em áreas de Cerrado; determinar as taxas de mortalidade, rebrota e recrutamento das principais espécies e das espécies de floresta presentes nas comunidades de Cerrado, além de estudar as mudanças da produtividade primaria liquida após o fogo. Nos dias 28 e 29 de julho, foram realizadas a queima em 2 áreas instaladas no interior de um cerrado senso stricto com influência florestal.
O chefe da Esec, Marcelo Leandro Feitosa de Andrade, diz que a pesquisa é pioneira no manejo de uso do fogo na transição Cerrado-Amazônia-Pantanal. “Esta parceria nos trará muito aprendizado e evolução do Manejo Integrado do Fogo na unidade de conservação, tendo em vista que estamos acompanhando nesta queima os efeitos da reintrodução do fogo na composição e na dinâmica do ecossistema cerrado”, salienta. A pesquisa se estenderá ao longo de 2019 e 2020, sendo ainda prevista a queima de mais 4 parcelas.
Segundo a Maria Antônia Carniello, da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), pesquisadora do projeto, o experimento de queima nas parcelas da Estação Ecológica da Serra das Araras foi criteriosamente planejado. As atividades que antecederam, incluiu estudos botânicos de coleta, identificação das espécies realizados nas parcelas queimadas e respectiva parcelas controle (não queimadas). “Trata-se de um projeto que envolve o ensino/pesquisa na medida que alunos do Programa Pós-Graduação, mestrado e doutorado em Ciências Ambientais, UNEMAT, Cáceres/MT estão desenvolvendo os seus estudos abrangendo tanto os aspectos florísticos e fitossociológicos quanto os relacionados às respostas das plantas ao efeito do fogo no cerrado na unidade de conservação”, ressalta Maria Antônia.
Todo o processo de preparação e o acompanhamento da queima tem sido desenvolvido em parceria com o ICMBio (gestão da Esec Serra das Araras e brigadistas), com a orientação da doutora Imma Oliveras Menor (Universidad of Oxford). Ações como estas, em que são ouvidos agentes locais experientes em relação ao uso controlado do fogo, promovem, com a integração das diferentes instituições, a capacitação de novos servidores. “Estamos cientes de que ações desta natureza capilarisam, por intermédio dos diferentes participantes, conhecimentos elaborados sobre a importância do fogo para a manutenção do Cerrado”.
Para a professora Imma Oliveras Menor, da Universidad of Oxford (Inglaterra), e coordenadora do projeto CERFogo, o projeto trará respostas importantes de como a reintrodução do fogo quase 30 anos pode afetar as espécies que têm aparecido durante essa época. Segundo a pesquisadora, o bioma Cerrado é um dos ecossistemas com maior biodiversidade do Brasil, sendo que a falta de fogo desde 1991 em algumas regiões da Esec Serra das Araras, em especial na região onde está sendo conduzida a queima das parcelas, pode estar produzido uma mudança muito importante na sua composição e no seu funcionamento, já que muitas espécies típicas de mata ou até mesmo espécies exóticas têm invadido a UC causando a desaparição das espécies de flora e fauna típicas do cerrado.
Acesse aqui a playlist de vídeos no Youtube da queima na Esec Serra das Araras realizada no dia 29 de julho.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
Acesse aqui a playlist de vídeos no Youtube da queima na Esec Serra das Araras realizada no dia 29 de julho.
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