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Chapada Diamantina mobilizada contra fogo
Mais de 350 pessoas, entre técnicos e brigadistas, estão envolvidas neste ano na prevenção e combate a incêndios no parque nacional na Bahia
Brasília (29/08/2016) – Mais de 350 pessoas estão envolvidas na prevenção e combate a incêndios florestais na região do Parque Nacional da Chapada Diamantina neste ano. “Só de brigadistas voluntários, mapeamos mais de 200 combatentes na região”, informou Pablo Casella, analista ambiental da unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na Bahia.
O levantamento foi feito durante reunião de elaboração do Plano de Monitoramento e Combate aos Incêndios no Parque Nacional da Chapada Diamantina, na semana passada, em Palmeiras (BA). O evento reuniu cerca de 30 representantes de entidades governamentais e da sociedade civil, que definiram as estratégias, prioridades e procedimentos para o combate a incêndios na UC e entorno.
Durante o encontro de preparação para a temporada de seca, que normalmente registra muitos incêndios florestais, foram identificadas no parque nacional 20 áreas críticas com risco de fogo, definidas a instalação e funcionamento de cinco mirantes e mapeados os equipamentos e recursos disponíveis em situações de emergência.
Planejamento
Para Soraya Martins, gestora do parque, o evento serviu para fazer um planejamento coeso e de fácil execução. “Os combates aos incêndios no parque geralmente envolvem diversas instituições. É muito importante sermos pé-no-chão, conhecermos os recursos que se encontram disponíveis neste momento e definirmos as funções de cada organização em situações de emergência”, disse a gestora.
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado da Bahia (Inema) disponibilizou oito fiscais, quatro deles peritos, para intensificar as ações de fiscalização nas zonas de maior perigo. “A ideia é inibir as práticas de fogo na agricultura, e fazer várias atividades de educação ambiental nas escolas locais para mobilizar as comunidades”, afirmou Simone Alcântara, representante do órgão estadual.
Brigadas e prefeituras
A grande novidade foi a organização das diferentes instituições segundo o método Sistema de Comando de Incidentes (SCI). Para Ana Maria Canut, do PrevFogo/Ibama, a definição de um comando composto por integrantes das entidades que atuam em um incêndio e dos procedimentos básicos a serem seguidos pelos grupos em uma situação crítica significa uma mudança de cultura. Joás Brandão, do Grupo Ambientalista de Palmeiras (GAP), concordou: “Antes o fogo chegava e não tinha comunicação. Ninguém sabia o que o outro estava fazendo e isto dificultava o trabalho de todo mundo”.
O representante da Secretaria de Meio Ambiente de Ibicoara, Janú Xavier, disse que, com uma maior articulação, as prefeituras da região do parque podem se planejar melhor para disponibilizar veículos, apoio de carros-pipa ou alimentação. “Dá pra ter uma ação mais coordenada”, admitiu.
Considerando a necessidade de maior articulação interinstitucional, os participantes reclamaram da ausência do Corpo de Bombeiros, que já havia confirmado presença. Rogério Mucugê, da Conservação Internacional, lamentou a ausência do órgão. “Sentimos falta da representação do Corpo de Bombeiros. Eles são fundamentais em qualquer ação de planejamento e combate ao fogo e devem estar integrados nessa estratégia que definimos aqui”, afirmou.
A reunião terminou em clima de integração e otimismo. Segundo Soraya Martins, “todos que participaram do evento expressaram, de alguma forma, seu engajamento na defesa desse patrimônio ambiental inestimável que é a Chapada Diamantina!”.
Comunicação ICMBio – (61) 2028-9280 – com informações do Parque Nacional da Chapada Diamatina