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Descoberta nova espécie de sapo
Com 2 cm, ele é do tamanho de uma moeda de cinco centavos. Por enquanto, foi registrado apenas na Floresta Nacional de Nísia Floresta (RN) e em Viçosa do Ceará
Nana Brasil
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Brasília (02/08/2016) – A
Floresta Nacional (Flona) de Nísia Floresta
, unidade de conservação (UC) administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Rio Grande do Norte, agora conta com uma nova espécie identificada e registrada: o
Pseudopaludicola jaredi
, um pequenino sapo que mede cerca de 2 cm (cabe em uma moeda de 5 centavos).
De acordo com a analista ambiental Patrícia Silva, o nome da espécie é uma homenagem ao biólogo Carlos Alberto Jared, estudioso da morfologia e comportamento de anfíbios e répteis do Nordeste brasileiro. “Até o momento, esse sapinho só foi encontrado na Flona de Nísia Floresta e no município de Viçosa do Ceará”, ressalta Patrícia. Ainda segundo a analista, a descoberta da espécie na UC é fruto de um trabalho de pesquisa focado em répteis e anfíbios que já dura dois anos e continua em andamento.
Coordenada pelo professor doutor Adrian Garda, do Laboratório de Répteis e Anfíbios da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a pesquisa conta com a parceria de outras instituições, como Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e universidades federais do Rio Grande (FURG), Paraíba (UFPB), Mato Grosso do Sul (UFMS) e Uberlândia (UFU). O
Pseudopaludicola jaredi
foi descrito em um artigo publicado no jornal científico alemão Salamandra (
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).
“É incrível como ainda encontramos espécies não descritas até mesmo nos lugares mais bem amostrados. Isso demonstra a importância de conservar e manter todos os fragmentos naturais que conseguirmos. Se ainda existem espécies de vertebrados não descritos nessas áreas, o que dizer de microinvertebrados, nematóides, fungos ou bactérias? Qual utilidade futura eles podem nos reservar e que parte fundamental do quebra-cabeças da evolução eles podem nos ajudar a entender?”, questiona Adrian Garda.
Para o pesquisador, as unidades de conservação são “museus vivos”, cruciais para a manutenção da nossa biodiversidade. “A Flona de Nísia Floresta, um enclave onde zonas de restinga, lagoas e Mata Atlântica coexistem em modestos 174 hectares, é uma dessas áreas. Ela e o
Pseudopaludicola jaredi
nos mostram que, para a megadiversidade brasileira, tamanho não é documento", conclui Garda.
Comunicação ICMBio
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