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Descoberto "minizoológico" ilegal dentro de casa em Prado
Agentes do ICMBio no extremo sul da Bahia resgataram no local macaco-prego, oito jabutis, papagaios, periquitos e várias outras espécies de pássaros silvestres mantidos em cativeiro
Brasília (06/07/2016) - Agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em conjunto com o Ibama e a PM do extemo sul da Bahia, fizeram, na segunda-feira (4), uma das maiores apreensões de animais no município de Prado (BA). A ação foi realizada a partir de uma denúncia anônima.
Numa residência, no bairro Portal do Prado, perímetro urbano da cidade, eles encontraram um macaco-prego, oito jabutis, papagaios, periquitos e várias outras espécies de pássaros, todos animais silvestres, nativos da Mata
Atlântica, retirados da natureza de forma ilegal. Os animais eram mantidos em cativeiro.
O responsável pela infração, que não tinha licença de nenhum órgão ambiental para criar os animais, foi multado em R$ 44 mil e terá de responder a processo penal na comarca do município, podendo vir a ser punido com pena de detenção.
Já os animais foram levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama, em Porto Seguro (BA), onde serão reabilitados, embora, de acordo com as primeiras avaliações dos técnicos, tenham poucas chances de retornar à natureza.
É crime e dá cadeia
A captura de animais silvestres, mesmo para servir como bichos de estimação, é ilegal conforme a Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/98). Ela proíbe a utilização, perseguição, destruição e caça de animais silvestres e prevê pena de prisão de seis meses a um ano, além de multa, para quem a desrespeitar.
Os agentes ressaltaram que, além de cometer crime ambiental e contribuir para a extinção de espécies, as pessoas, ao manter animais silvestres em suas casas, estão, na prática, mesmo sem querer, maltratando os bichos.
"Elas (as pessoas) não se atentam para o sofrimento desses animais criados em espaços físicos reduzidos e longe do seu habitat natural. Sem falar no perigo de ataques e na transmissão de doenças, as chamadas zoonoses, como raiva, tuberculose, febre amarela, entre outras ainda desconhecidas, transmitidas pelo contato direto com a saliva e fezes de animais silvestres domesticados", disse Lauro Paiva, analista ambiental do ICMBio e coordenador da operação.
Segundo ele, de cada dez animais capturados, 9 morrem no caminho para que um chegue até os compradores. “Lugar de animal silvestre é na natureza. Todas as pessoas podem ajudar a preservar a biodiversidade, denunciando a prática ilegal de captura e comercialização desses animais”, reforçou.
Ele lembrou que o Ibama possui um canal de atendimento ao cidadão para receber denúncias, a Linha Verde (0800-618080), e que pessoas que estiverem de posse de animais silvestres e entregá-los voluntariamente ao órgão ambiental não sofrerão sanções.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280