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Dados socioeconômicos sobre a RESEX Baía do Iguape são divulgados
Mais de 3 mil famílias foram consultadas durante o período de pesquisa
Brasília (02/10/2013) – A equipe do Projeto Envolver, desenvolvido pela Reserva Extrativista (Resex) Baía do Iguape, na Bahia, concluiu no fim de agosto suas oficinas comunitárias. Criado para atender à necessidade de identificação e cadastramento dos beneficiários da unidade de conservação (UC) federal, foram apresentados os resultados do diagnóstico socioeconômico realizado com a população tradicional e a validação dos mapas de pesca. A pesquisa foi conduzida pela Professora Dra. Isabela Baleeiro Curado, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e com o apoio de 46 colaboradores locais. O trabalho aplicou questionários em mais de 3.344 casas e mais de 3.400 famílias foram ouvidas, entre o período de agosto a dezembro de 2012. Foi constatado que 95% dos entrevistados declarou viver do mar, pescando principalmente ostras, sururu e camarão.
As localidades com maior concentração de famílias de pescadores e marisqueiras, comunidades tradicionais da região, são Maragojipe, com 24%; São Roque, com 17%, e as comundiades de Guaí e Coqueiros, ambas com 9% dos entrevistados. As famílias consultadas são constituídas 53% por homens e 47% por mulheres, com média de três ou quatro pessoas (25% e 21% das famílias, respectivamente), nas quais 45% dos responsáveis pela casa são mulheres e 40% são casais. Apenas 15% das casas tem no homem o único responsável. A maioria dos integrantes da família são filhos das pessoas responsáveis pelas casas (74%), e 70% das pessoas entrevistadas vivem no mesmo lugar há mais de dez anos.
Das 3.344 casas, a maioria é feita de alvenaria (82%), tem entre quatro e seis cômodos (86%) e é coberta por telhas de cerâmica (84%). Quase todas possuem rede elétrica (96%), mas o esgoto corre a céu aberto em 1421 casas (44%).
Pesca e renda
Das 3.414 famílias entrevistadas, 76% tem na pesca a principal fonte de renda. Em casa, 66% dos entrevistados ajudam a catar os mariscos e 62% ajudam a pescar. A renda declarada das famílias não ultrapassa meio salário mínimo em 79% das casas e, em 76% delas, a principal fonte de renda é a venda do pescado, seguida de benefícios do governo (10%) e "bicos" (9%), onde os últimos dados revelam um grupo que pesca por subsistência.
Mais da metade das casas declarou pescar três tipos de pescados: a ostra (66%), o sururu (63%) e o camarão (57%). O pescado é vendido por 89% dos entrevistados, em sua maioria no município de Maragojipe (47%) e prioritariamente para os vizinhos (48%). Na percepção de dois terços dos pescadores e marisqueiras consultados, a pesca piorou em função da quantidade de barcos e pescadores disputando espaço por conta da Barragem Pedra do Cavalo (em Cachoeira – BA) e por causa da poluição vinda de empreendimentos e das cidades.
Comunicação ICMBio
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