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Curso de Restauração Ecológica reúne analistas ambientais de diversos biomas do Brasil
- Foto: Bruno Kelly
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado e Restauração Ecológica (CBC/ICMBio) realizou, entre os dias 4 e 8 de dezembro, o primeiro Curso de Restauração Ecológica para analistas ambientais que atuam em Unidades de Conservação (UCs) federais. Ao todo, foram 48 participantes entre gestores de UCs de 16 estados do Brasil e Distrito Federal, além de colaboradores do Ibama, MMA, Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) e Conservação Internacional (CI) do Brasil.
O objetivo do curso foi transmitir conceitos básicos relacionados à restauração ecológica e apresentar procedimentos administrativos a serem seguidos por analistas ambientais para promover a restauração dentro e no entorno das unidades de conservação federais.
Otávio Gadiani Ferrarini, servidor do Departamento de Florestas da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA, comentou sobre a relevância da articulação entre órgãos ambientais para viabilizar a restauração ecológica. “O curso foi muito bom para entender melhor a dinâmica dos projetos na ponta e olhar como isso pode incidir no desenho das políticas de restauração. Tive boas reflexões para levar para dentro do Ministério do Meio Ambiente, e para pensar estratégias conjuntas com ICMBio e Ibama, para avançar nesse desafio enorme de dar escala à restauração”.
Durante o curso, foram abordados temas como a perturbação e degradação de ecossistemas, ecologia e técnicas de restauração, pesquisas científicas, manejo de espécies exóticas e oportunistas invasoras, contexto global da restauração, projetos de recuperação de áreas degradadas (PRAD), legislação ambiental e recuperação de espécies ameaçadas da flora terrestre. Ao final do curso, os participantes elaboraram projetos de restauração em conjunto com os instrutores.
Carlos Eduardo Ferreira, servidor do ICMBio, falou sobre a complexidade dos projetos de restauração. “A experiência no primeiro curso deixou ainda mais claro que a restauração vai muito além do plantio de árvores, exigindo múltiplas parcerias entre governo, academia, setor privado e sociedade civil organizada, além do engajamento das comunidades locais”, enfatizou.
Lilian Sasso, servidora do Ibama, ressaltou a potência dos cursos e capacitações envolvendo atores de diversas instituições e localidades do Brasil. “Essas oportunidades demonstram o interesse e a capacidade técnica ‘espalhadas’ por todos os cantos do país, renovando as forças e esperanças que às vezes ficam um pouco minguadas”.
O curso contou com a parceria do Serviço Florestal dos Estados Unidos, apoiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e pelo projeto Paisagens Sustentáveis (ASL) da Amazônia, e trouxe inovação na forma como o ICMBio tem atuado na restauração ecológica, tema que tem ganhado cada vez mais atenção na agenda socioambiental no mundo.
Restauração Ecológica
Restaurar é o processo de auxiliar o retorno de um ecossistema que foi perturbado, degradado ou destruído. Devido aos altos índices de degradação ambiental e ao colapso climático que enfrentamos atualmente, a restauração ecológica é um assunto que tem sido bastante discutido em universidades, órgãos públicos, setor privado e terceiro setor. Com o lema “10 anos para restaurar o planeta”, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou a Década da Restauração, que vai de 2021 a 2030. Segundo a ONU, trata-se de “um apelo para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, para o benefício das pessoas e da natureza”.
Alinhado à Década da Restauração e a outras iniciativas nacionais e internacionais, como, por exemplo, o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa e o Desafio de Bonn, o CBC/ICMBio tem atuado para capacitar profissionais e promover a restauração ecológica dos biomas brasileiros em larga escala. Lavrar a terra, plantar sementes: assim surgiu o Curso de Restauração Ecológica, o primeiro de muitos que estão por vir.
Comunicação ICMBio
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