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criação de sete UCs no Amazonas é tema de reunião
Roberto Vizentin se reuniu com autoridades do estado
Roberto Vizentin se reuniu com autoridades do estado
Nana Brasil
nana.nascimento@icmbio.gov.br
Brasília (15/05/2015) – Na tarde desta quinta-feira (14), o então presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin, voltou a se reunir com autoridades do Amazonas no intuito de aprofundar as discussões acerca da proposta de criação de sete Unidades de Conservação (UCs) federais em terras públicas da União localizadas na região sul do estado.
No encontro, realizado no auditório do ICMBio, em Brasília, estavam presentes os secretários de Meio Ambiente e de Produção Rural do Amazonas, Antônio Stroski e Sidney Leite, o prefeito de Apuí (AM), Adimilson Nogueira, o deputado federal Marcos Rotta, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, vereadores de Apuí e representantes da senadora Vanessa Grazziotin, além da equipe da Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes (Diman/ICMBio).
Veja também: ICMBio estuda criação de UCs no Amazonas
A proposta do Instituto, ainda em processo de construção e aberta à consulta pública , trata da criação de sete UCs no sul do Amazonas (3 Florestas Nacionais, 1 Parque Nacional, 1 Reserva Biológica, 1 Área de Proteção Ambiental e 1 Reserva Extrativista) e da ampliação de três Unidades já existentes: Floresta Nacional do Amana, Parque Nacional Campos Amazônicos e Parque Nacional do Juruena.
Considerada uma espécie de escudo protetor do coração da floresta, a área onde serão criadas as novas UCs apresenta grande diversidade biológica e baixa ocupação humana, embora venha sofrendo pressões crescentes de madeireiros, pecuaristas e produtores de soja. A região, que fica no entorno da Rodovia Transamazônica, entre a vila do Matupi e a divisa entre os estados do Amazonas e do Pará, abriga uma enorme riqueza de espécies da flora e da fauna – algumas, inclusive, ameaçadas de extinção – e tem grande potencial de desenvolvimento a partir dos usos alternativos da floresta e do aproveitamento racional de seus recursos naturais.
Diálogos e contra-propostas
Ao longo da reunião, as autoridades do Amazonas apresentaram algumas contra-propostas e ressalvas ao projeto inicial do ICMBio. De acordo com o presidente da Faea, Muni Lourenço, as contra-propostas têm o objetivo de amenizar possíveis impactos sociais e econômicos das Unidades de Conservação. "Buscamos o equilíbrio entre a questão ambiental e as questões sociais e econômicas", afirmou.
Com o auxílio de um mapa digital, os representantes da região apresentaram demandas de alterações para cada uma das sete propostas de criação de novas UCs. "É preciso considerar que o sul do Amazonas abriga atividades de interesse nacional, como a exploração mineral e a geração de energia. Nosso intuito é compatibilizá-las com a preservação do meio ambiente", pontuou o prefeito de Apuí, Adimilson Nogueira.
Embora tenham se declarado favoráveis às áreas protegidas, os participantes propuseram alteração de categoria para algumas UCs, a fim de flexibilizar regras e possibilitar a continuidade de determinadas atividades. O tamanho e o mapa de limites das novas Unidades também foram aspectos levantados nas contra-propostas. Com relação à área total, foi sugerida uma redução dos 4 milhões de hectares propostos pelo ICMBio para 3 milhões de hectares.
Vizentin, por seu turno, salientou a importância de se criar Unidades de Conservação com legitimidade e apoio da população local: "Estamos abertos para dialogar de forma democrática, ouvir as demandas e analisar o que pode ser feito". O então presidente lembrou ainda que as áreas protegidas devem ser compreendidas como aliadas do desenvolvimento. "A criação de UCs faz parte de um projeto de desenvolvimento regional sustentável", argumentou.