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CPB promove III Curso Brasileiro de Primatologia de Campo em São Paulo
Diversos estudos de casos foram apresentados durante o evento
Brasília (23/02/2012) - O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB/ICMBio), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), promoveu entre os dias 29 de janeiro e 6 de fevereiro o III Curso Brasileiro de Primatologia de Campo (III CBPRIM), que reuniu 16 participantes de nove estados do país no Parque Estadual Carlos Botelho (PECB), situado na Serra de Paranapiacaba, região sudeste de São Paulo.
Foram reservadas 20% das vagas no curso para servidores do ICMBio, possibilitando a participação dos analistas ambientais Sheila Rancura (Parque Nacional da Serra das Lontras-BA), Cecília Cronemberger (Parque Nacional da Serra dos Órgãos-RJ) e Maurício Santos (recém chegado ao CPB, vindo do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães-MT). Para Leandro Jerusalinsky, coordenador do CPB e um dos organizadores do evento, “a participação dos nossos colegas é fundamental para internalizarmos técnicas e abordagens de estudo que qualifiquem as estratégias para manejo das unidades e para a conservação dos primatas ameaçados”.
O PECB é conhecido por abrigar uma das maiores populações do muriqui-do-sul ( Brachyteles arachnoides ), além de grupos de bugio-ruivo (Alouatta clamitans) e de macaco-prego ( Cebus nigritus ). “O curso foi uma oportunidade única de apresentar estes fantásticos animais a primatólogos de todo o Brasil e de compartilhar as atividades, conquistas e dificuldades encontradas em um estudo de longo prazo com primatas em vida livre, tomando como exemplo este que é o estudo de maior duração com muriquis-do-sul”, diz Maurício Talebi, professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e coordenador das pesquisas com muriquis no PECB.
Assim como nas duas edições anteriores, realizadas no sul da Bahia, o III CBPRIM teve caráter teórico-prático intensivo. No módulo teórico, foram abordados temas como a diversidade de primatas brasileiros, levantamentos populacionais, ecologia e comportamento, estratégias para a conservação, metodologia científica e análises estatísticas. “Esta base teórica representa um programa fundamental para a formação de estudantes que pretendem se dedicar a pesquisa e conservação dos primatas”, afirma Fabiano Melo, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e pesquisador do Centro de Estudos Ecológicos e Educação Ambiental (CECO).
Já as práticas de campo promovidas pelo curso incluíram noções básicas de orientação, mesologia, herborização, acuidade visual e observações etológicas. Por fim, os participantes desenvolveram quatro miniprojetos sobre etnoprimatologia, levantamento e diagnóstico de populações, ecologia alimentar e comportamental e abundância populacional. Presente ao seminário de apresentação de resultados, o gestor do PECB, Eng. José Luiz Camargo Maia, destacou que “mesmo com o curto tempo para coleta de dados, as informações geradas pelos miniprojetos serão muito úteis para a gestão desta unidade de conservação”.
Durante o evento também foram apresentados estudos de caso, como os conflitos entre macacos urbanos e redes elétricas em Porto Alegre (RS), manejo de muriquis isolados em fragmentos florestais e o programa para a conservação do mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara).
Além do CPB/ICMBio, o III CBPRIM foi promovido pela UNIFESP-Diadema (SP), Universidade Federal de Goiás-Jataí (GO), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC-Ilhéus/BA), Associação Pró-Muriqui, CECO e a Regional Brasil do Primate Specialist Group da União Internacional para Conservação da Natureza ( IUCN ), e contou com o apoio da Fundação Florestal de São Paulo - especialmente por meio do PECB -, Sociedade Brasileira de Primatologia, Primate Action Fund, Margot Marsh Biodiversity Foundation, Conservation International , Prefeitura de São Miguel Arcanjo (SP), Instituto Ecofuturo, Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para a Biodiversidade (PROBIO II), Banco Mundial, Global Environment Fund (GEF) e Caixa Econômica Federal. Entre os instrutores, também estiveram envolvidos pesquisadores da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia (IESB), Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e Universidade de Brasília (UnB).
“Conseguir congregar todas estas instituições demonstra o desafio que é realizar um evento como este, mas também indica que estamos no caminho certo para a formação das novas gerações de primatólogos brasileiros”, comemora Romari Martinez, professora da UESC. Visando à continuidade desta estratégia, inclusive em seu caráter itinerante, os organizadores já divulgaram que a quarta edição do CBPRIM será realizada no bioma Cerrado, em 2014.
Comunicação ICMBio
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