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Costa de Sergipe é prioritária para conservação, diz Tamar
Região tem maior concentração de desova de tartaruga oliva no país
Brasília (20/07/2012) – Com base em estudos genéticos preliminares , realizado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), já é possível afirmar que a costa de Sergipe, onde ocorre maior concentração de desovas, entre Alagoas e Bahia, deve ser considerada área prioritária para a conservação da tartaruga oliva ( Lepidochelys olivacea ).
A informação é do analista ambiental Cesar Coelho da Silva, pesquisador do Tamar. Segundo ele, os estudos indicam que a população da espécie que desova no Brasil apresenta a menor diversidade genética registrada até o momento. “Há fortes indícios da existência de uma única população reprodutiva dessa espécie no país, ou seja, as tartarugas olivas que desovam desde o sul de Alagoas até o norte da Bahia compõem uma única população.”, disse Cesar.
Ainda segundo ele, as tartarugas não se restringem a limites geográficos e políticos. “Elas ocupam uma ampla área marinha antes, durante e após o período reprodutivo. Por esse motivo, o esforço de monitoramento, pesquisa e proteção não é centralizado apenas nas áreas de desovas, mas também nas áreas de migração e alimentação.”
Origem
Dados indicam ainda que, provavelmente, a tartaruga oliva se originou no Oceano Índico, há cerca de 3 a 5 milhões de anos, e de lá colonizou o oceano Pacífico (leste e oeste). Só recentemente, há 200 mil anos, teria chegado ao Atlântico.
Comparações realizadas entre as populações que desovam no Brasil, no Suriname e Guiana Francesa apontam para uma baixa diferenciação genética entre elas, além de baixa diversidade nestas áreas.
Este padrão pode ser explicado pela recente colonização do oceano Atlântico pelas olivas, combinado à baixa taxa de mutação do DNA mitocondrial que em tartarugas marinhas é mais lenta quando comparada a outros vertebrados. Portanto, não teria havido tempo suficiente para maiores níveis de diferenciação entre as linhagens no oceano Atlântico.
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