Notícias
Comunidades da RESEX do Médio Juruá discutem proposta de comercialização do açaí
O Plano de Manejo da unidade foi essencial para balizar o início das negociações
Brasília (13/10/2011) – Os moradores da Reserva Extrativista do Médio Juruá, unidade de conservação (UC) gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), estiveram reunidos na quinta-feira (6) com representantes de uma empresa produtora de polpa de frutas, para debater uma proposta de comercialização do açaí extraído na unidade.
Além de representantes de cada uma das comunidades, também participaram da reunião dois técnicos do ICMBio, representantes da Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC) e do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS). A reunião tratou sobre o preço a ser pago e o arranjo institucional da coleta, comercialização e transporte do produto.
Embora as associações e comunidades da unidade tenham experiência na comercialização de outros produtos do extrativismo, o açaí representa novos desafios. O vinho do fruto sempre foi destinado ao consumo das comunidades ou vendido individualmente e em pequenas quantidades.
Um grande desafio para comunidade é o fato do açaí ser um produto altamente perecível. Apesar disso, segundo o representante da comunidade São Raimundo, José Maic Ferreira, a comunidade está confiante. “Agora nós queremos discutir a proposta com as comunidades, realizar algumas reuniões entre nós e aí sim, se reunir com a empresa”, disse.
Ainda em fase de aprovação, o plano de manejo da unidade foi uma ferramenta essencial para balizar o início das negociações. O açaí foi apontado como produto com alto potencial para geração de renda durante a elaboração do plano, e um inventário da população de açaizeiros foi realizado em 30 hectares de açaizais indicados por sete comunidades.
Cálculos feitos a partir de dados de produção fornecidos pelas comunidades, apontam para a capacidade de produção de 100 mil litros de vinho de açaí por safra. Os dados do inventário possibilitarão também que a coleta para comercialização seja feita sem comprometimento do estoque necessário para consumo da própria comunidade e sem afetar a manutenção da população de açaizeiros.
O preço do produto ainda esta em discussão, mas os representantes das organizações já consideram o acesso a Política de Garantia de Preço Mínimo para Produtos da Sociobiodiversidade caso o valor fique abaixo do estabelecido pelo governo federal. Através do programa, o governo estabelece um valor como base para produtos do extrativismo e subsidia a diferença entre o valor determinado e o praticado. Os moradores da unidade já estão familiarizados com a política uma vez que a acessam para subsidiar a produção de borracha, o que vai facilitar o acesso no caso do açaí.
Ascom ICMBio
(61) 3341-9280