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Comunidade de Cairuçu apoia revisão do plano de manejo
Publicado em
26/04/2018 18h23
Atualizado em
26/04/2018 18h25
Comunitários da APA Cairuçu estiveram na sede do ICMBio, em Brasília, para reafirmar o apoio à proposta.
Lideranças comunitárias da Área de Proteção Ambiental (APA) de Cairuçu estiveram na sede do ICMBio, em Brasília, para reafirmar o apoio da população local à proposta de revisão do plano de manejo da unidade de conservação (UC). O encontro, realizado na última quarta-feira (25), contou com a presença de representantes das comunidades indígenas, quilombolas e caiçaras que residem na UC.
Localizada no município de Paraty (RJ), a APA de Cairuçu abarca um território que tem sido palco de lutas de povos tradicionais contra a especulação imobiliária e o turismo predatório. “O território é bastante complexo, com muitos interesses de uso: desde os pescadores tradicionais, pequenos agricultores, quilombolas, indígenas, até a forte pressão imobiliária que ocorre no local, exercida por um segmento da sociedade com altíssimo poder aquisitivo”, explica Ricardo Brochado, coordenador geral de Criação, Planejamento e Avaliação de Unidades de Conservação do ICMBio.
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ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
Iniciado em 2016, o processo de revisão do plano de manejo da UC contou com ampla participação social. A proposta final do documento foi aprovada por unanimidade pelo conselho gestor da unidade no último dia 10 de abril. Segundo a chefe da APA de Cairuçu, Lilian Hangae, entre agosto de 2016 e março deste ano foram realizadas 15 oficinas e 25 reuniões de diagnóstico comunitário, além de um extenso trabalho de campo, que possibilitou o mapeamento detalhado dos diversos usos do território.
A gestora ressaltou a importância do planejamento participativo diante da diversidade dos grupos sociais que vivem na região. “Apesar da complexidade da área, estamos conseguindo encontrar um caminho para o desenvolvimento sustentável na APA de Cairuçu. A presença das lideranças na sede do ICMBio é um importante reforço político à proposta de revisão do plano de manejo”, afirma Hangae. De acordo com a chefe da UC, a proposta ainda passará por uma análise jurídica antes da publicação da portaria.
ALIANÇA
Para o diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial do ICMBio, Cláudio Maretti, a implementação do plano de manejo representa o fortalecimento da produção sustentável, além do reconhecimento e defesa do território. “Temos muito mais pontos em comum do que divergências. Receber os representantes das comunidades tradicionais significa uma perspectiva de aliança”, destaca o diretor.
Segundo Marcela Cananéa, liderança estadual da Coordenação Nacional de Comunidades Tradicionais Caiçaras, a participação social foi fundamental durante o processo de revisão. “Os comunitários contribuíram nas reuniões e oficinas, trouxeram propostas e se envolveram nas decisões sobre seu território”, conta Marcela. “A implementação do plano pode dar um novo rumo para a região, no sentido de buscar o desenvolvimento sustentável, e não um desenvolvimento voltado apenas para o capital”, argumenta a líder caiçara.
“Essa participação é muito importante para nós. Estamos muito felizes”, disse Eva Benite, cacique da Terra Indígena (TI) Itaxim, sobreposta à APA de Cairuçu. De acordo com Sandro Rogério, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e conselheiro da APA, o processo de revisão do plano de manejo teve um olhar que conseguiu abarcar as necessidades das populações tradicionais que vivem na unidade. “Isso fortalece tanto as lideranças quanto o próprio território”, conclui o pesquisador.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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