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Combater o tráfico de aves silvestres é tema de oficina
Publicado em
19/08/2019 17h48
Atualizado em
19/08/2019 18h48
Oficina reuniu 114 pessoas no auditório do Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL).
Oficina para capacitar agentes de fiscalização e discutir assuntos relacionados ao combate ao tráfico de espécies. (Foto; Patrícia Serafini)
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave) e o Programa Papagaios do Brasil, junto com diversas instituições que participam do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação dos Papagaios, o PAN Papagaios, promoveram, no dia 14 de agosto, no auditório do Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL), uma oficina para capacitar agentes de fiscalização e discutir assuntos relacionados ao combate ao tráfico de espécies. A oficina, voltada ao PAN Papagaio, com uma carga horária de 8 horas, reuniu 114 pessoas no IMASUL, em Campo Grande/MS. Eles foram capacitadas para a identificação, manejo em campo e destinação de papagaios apreendidos durante operações de fiscalização.
O Brasil tem 1.173 espécies da fauna ameaçadas de extinção, sendo 234 aves. Segundo o Ibama, o tráfico de espécies silvestres é o terceiro maior do mundo, atrás apenas do tráfico de drogas e armas. As aves correspondem ao maior número de apreensões, e os papagaios estão entre as espécies mais vulneráveis, muito procurados como animais de estimação. No ano passado, a Polícia Militar Ambiental do Mato Grosso do Sul registrou a apreensão de 143 animais silvestres, sendo a quase totalidade (141) filhotes de papagaios. O número, apesar de alto, está muito abaixo do total apreendido no ano anterior: 521. Após apreendidos, os filhotes de papagaios são levados para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande, onde recebem os cuidados necessários.
Evitar a retirada de papagaios da natureza através do combate ao tráfico é uma das principais estratégias do PAN Papagaios, e o principal foco do Programa Papagaios do Brasil, ambos integram ações de conservação de seis espécies de papagaios com diferentes graus de ameaça: papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), papagaio-charão (Amazona pretrei), papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) e papagaio-moleiro (Amazona farinosa). As espécies habitam diferentes biomas do país e, além do tráfico, enfrentam a redução do seu hábitat.
As seis espécies são contempladas pelo PAN Papagaios, que engloba um conjunto de atividades voltadas ao combate das principais ameaças a esses animais, incluindo o tráfico. Este PAN, coordenado pelo Cemave, desde 2010, tem sido o responsável por promover a sinergia entre instituições responsáveis por combater a captura ilegal destas aves, ameaça que tem provocado a piora significativa em seu estado de conservação. Segundo Patrícia Serafini, do Cemave, a oficina foi importante para promover maior sinergia e efetividade de ações em conjunto, uma vez que o foco no combate ao tráfico é comum a todos os presentes. Para a analista e coordenadora geral do PAN Papagaios, a união de diferentes instituições garante resultados mais efetivos na conservação da natureza.
Participaram da oficina: Cemave, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental, Projeto Papagaio Verdadeiro, IMASUL, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Fundação Neotrópica do Brasil, Polícia Militar Ambiental do Mato Grosso do Sul, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Estadual, COAMA (Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente) do Ministério Público do MS, 4a. Promotoria de Justiça do MP-MS, IBAMA, Parque das Aves, IAGRO (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul), SEMAGRO (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar /MS), Instituto Arara-Azul, UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e UNIDERP (Universidade Anhanguera), Prefeituras da região, entre outros.
Participaram da oficina: Cemave, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental, Projeto Papagaio Verdadeiro, IMASUL, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Fundação Neotrópica do Brasil, Polícia Militar Ambiental do Mato Grosso do Sul, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Estadual, COAMA (Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente) do Ministério Público do MS, 4a. Promotoria de Justiça do MP-MS, IBAMA, Parque das Aves, IAGRO (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul), SEMAGRO (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar /MS), Instituto Arara-Azul, UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e UNIDERP (Universidade Anhanguera), Prefeituras da região, entre outros.
Papagaio-verdadeiro. (Foto: Gláucia Seixas)
Conheça um pouco sobre cada espécie:
Papagaio-verdadeiro
No Brasil, a espécie mais conhecida de papagaio é o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva). Essas aves habitam o Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país. Sua popularidade se deve, principalmente, à sua habilidade para imitar a fala humana. Por esse motivo, a espécie é a mais traficada para o comércio ilegal. Mais de quatro mil papagaios-verdadeiros já foram apreendidos pelos órgãos fiscalizadores desde 1988. Para conservar a espécie e seu habitat natural, o Projeto Papagaio-verdadeiro pesquisa e monitora filhotes desde 1997. O projeto realiza a contagem de indivíduos em dormitórios para estimar a população nacional, além de atividades de educação e sensibilização com crianças, moradores do entorno de áreas naturais e turistas para combater o tráfico.
Papagaio-de-cara-roxa
O papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) vive em uma estreita faixa do bioma Mata Atlântica que se estende do litoral do Paraná ao Litoral Sul de São Paulo. Desde 1998, a SPVS desenvolve o Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, monitorando anualmente a população da espécie e realizando atividades de manejo e educação para conservação com as comunidades locais. Com ações como a instalação de ninhos artificiais de madeira e PVC, que suprem a falta de ocos de árvores, houve um crescimento na população nos últimos anos. Em 2014 a situação do papagaio-de-cara-roxa saiu de “vulnerável” para “quase ameaçado” na Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. No entanto, o alerta de conservação da espécie permanece, devido à destruição de seu habitat natural e à grande quantidade de papagaios capturados para serem vendidos de forma ilegal.
Papagaio-charão
O papagaio-charão (Amazona pretrei) vive nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, nas florestas com araucárias, onde se alimenta das sementes do pinheiro-brasileiro. Essa espécie é uma das menores entre os papagaios do país. Entre as ações desenvolvidas para conservação da espécie, a Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) tem incentivado proprietários de terras na criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), estratégia que garante a perpetuidade da preservação de áreas naturais e protege o habitat do papagaio-charão. O Projeto Charão pesquisa e monitora os papagaios, além de promover a educação para conservação da natureza nas cidades em que a espécie é encontrada.
Papagaio-de-peito-roxo
O papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) era encontrado frequentemente em várias regiões do bioma Mata Atlântica, do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul. Mas a diminuição de áreas de florestas bem conservadas reduziu drasticamente a população da espécie. Em 2014 a Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) e o Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo (ICB/UPF) realizou a primeira avaliação nacional do tamanho da população dos papagaios-de-peito-roxo. Além de ações de pesquisa e coleta de dados, caixas-ninhos também são instaladas pelo projeto para suprir a falta de ocos de árvores nativas e auxiliar na reprodução da espécie.
Papagaio-chauá
O papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) vive nas florestas úmidas da faixa litorânea do país. Na Mata Atlântica é encontrado desde o estado de Alagoas até o Rio de Janeiro e algumas regiões de Minas Gerais. O status populacional da espécie é um dos menos conhecidos, o que torna ainda mais relevantes as iniciativas de conservação. O Projeto de Conservação do Papagaio-chauá é executado pela Fundação Neotrópica do Brasil e pelo Parque das Aves, que realizam pesquisas sobre a ave e atividades de educação para conservação. Em parceria com instituições e comunidades locais, o projeto incentiva a geração alternativa de renda com menor impacto aos ambientes naturais.
Papagaio-moleiro
O papagaio-moleiro (Amazona farinosa) é o maior papagaio brasileiro, medindo cerca de 40 cm de comprimento. Pode ser encontrado em florestas mais densas da Amazônia, Bahia, São Paulo e no leste de Minas Gerais. A principal ameaça à espécie é a captura ilegal para criação em cativeiro. Devido a sua personalidade dócil, os papagaios-moleiros são muito procurados como animais de estimação, o que tem contribuído para uma diminuição drástica da população, principalmente na Bahia.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados:
Comunicação ICMBio
(61) 2028 9280
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