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Prossegue combate ao fogo no Parque Nacional de Brasília
Ministro do Meio Ambiente esteve nesta quinta no local para acompanhar o trabalho dos brigadistas. Incêndio já queimou 4,7 mil ha, o equivalente a 11% da área total da unidade
Elmano Augusto
elmano.cordeiro@icmbio.gov.br
Brasília (31/08/2017) – O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, esteve na tarde desta quinta-feira (24) no Parque Nacional de Brasília, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Distrito Federal, para acompanhar os trabalhos de combate ao incêndio florestal que atinge a unidade de conservação desde terça-feira (29).
Depois de fazer um sobrevoo de helicóptero, para ter uma dimensão dos estragos na vegetação, o ministro concedeu entrevista na sede do parque. Ele agradeceu os esforços dos brigadistas, bombeiros e voluntários e colocou a estrutura do governo à disposição dos órgãos envolvidos no trabalho.
“Assim como estamos combatendo o desmatamento, vamos combater as queimadas nas unidades de conservação, principalmente nas de proteção integral, que não podem ter retrocesso”, disse o ministro, ao garantir que visitará outras unidades que sofrem com o fogo neste período de seca em boa parte do País.
O ministro disse que sua presença no local era uma demonstração de compromisso com a sustentabilidade e a ampliação de parcerias, no caso o Governo do Distrito Federal, que disponibilizou homens e equipamentos para apoiar o ICMBio. “Seremos firmes no combate aos incêndios florestais em unidades de conservação”, enfatizou Sarney Filho.
Ações
Mais de cem homens, entre servidores e brigadistas do ICMBio e do Ibama, bombeiros do DF e grupos de voluntários, participam das ações de combate ao incêndio. O tempo seco e o vento forte contribuem para espalhar as chamas. Até o final da tarde desta quinta, o fogo persistia na região da Chapada Imperial, no extremo oeste do parque. O local é montanhoso, de difícil acesso, o que atrapalha ainda mais a aproximação por terra dos combatentes.
O incêndio começou no domingo (27) em área fora do parque e só na terça-feira entrou na unidade de conservação. O primeiro ataque foi feito pelos brigadistas. Na quarta, os bombeiros passaram a reforçar o grupo. Nesse dia, outro foco surgiu perto da Estrutural, mas foi logo debelado.
Levando em conta as duas áreas atingidas pelo fogo, a estimativa da Coordenação de Emergências Ambientais do ICMBio é a de que, pelo menos, 4,7 mil hectares já foram queimados, o equivalente a cerca de 11% da área total do parque, de 42 mil hectares. Em 2010, um incêndio de grandes proporções devastou mais de 40% da unidade de conservação.
Aviões
As ações vão continuar nesta sexta-feira (1º). Quatro aviões air tractor (que lançam águam sobre a vegetação em chamas) – dois do Corpo de Bombeiros e dois contratados pelo ICMBio – serão usados para auxiliar o trabalho em terra dos brigadistas e bombeiros. Um helicóptero fará o monitoramento. Serão usados ainda carros pipas e viaturas para transporte de tropas.
A tendência na tarde desta quinta, segundo Christian Berlinck, coordenador Nacional de Prevenção a Incêndios Florestais do ICMBio, era a de que a linha de fogo, que avança no sentido noroeste, seguisse a partir desta sexta para áreas fora do parque. Mesmo assim, garantiu ele, o combate continuará até que as chamas sejam totalmente extintas.
Há sete anos, desde o grande incêndio de 2010, o Parque Nacional de Brasília não sofria com queimadas. Muito disso se deve ao trabalho preventivo realizado durante todo o ano pelos servidores do ICMBio, como ações de educação ambiental com a comunidade do entorno, aceiros e queimas prescritas.
Causas
Até agora, não se sabe as causas que originaram o fogo. “No momento, estamos concentrados no combate. Depois veremos isso”, disse Berlinck, lembrando que, de acordo com as estatísticas, 99% dos incêndios florestais são provocados pela ação humana – displicência, imprudência ou dolo, neste último caso quando os autores têm interesse em inviabilizar a unidade de conservação.
Ele disse também que ainda não há, por enquanto, condições de se avaliar o prejuízo para a flora e fauna. O parque abriga importantes remanescentes de vegetação do Cerrado e animais típicos da região, como tamanduá-bandeira, tatu-bola, lobo-guará, cobras, lagartos e até jaguatirica. Após o incêndio, será feita uma varredura para localizar carcaças de animais queimados.
Apesar do incêndio, as piscinas de água corrente, muito usadas por visitantes e moradores de Brasília, principalmente nesse período de seca, seguem funcionando normalmente. A área em torno das piscinas não foi atingida pelas chamas, assim como a região da barragem de Santa Maria, que fica no interior do parque e é responsável pelo abastecimento d´água de 40% da população do DF.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280