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Combate à caça de animais silvestre é tema de Workshop
Publicado em
24/05/2018 17h20
Evento foi realizado no Senac em Porto Seguro no dia 18 de maio.
Representantes de instituições ligadas ao Meio Ambiente e do Ministério Público participaram, no dia 18 de maio, do I Workshop de combate à caça de animais silvestres, realizado no Senac de Porto Seguro. Na ocasião, foram apresentadas situações de caça ilegal no extremo sul da Bahia, através dos dados revelados pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres – CETAS/IBAMA de Porto Seguro e pela polícia militar do Estado da Bahia, além dos impactos da caça na biodiversidade e sobre a proteção legal da fauna silvestre.
De acordo com o pesquisador Hugo Fernandes-Ferreira, professor da Universidade Estadual do Ceará e apresentador do Canal Zoa, da TV Jangadeiro/SBT, estamos passando por um processo de “defaunação”, que é a expressiva diminuição no número de animais, principalmente os de grande porte, acarretando perda da biodiversidade e desequilíbrio nos ecossistemas. Segundo o pesquisador, 301 espécies de mamíferos estão ameaçadas pela caça no mundo. Ele também apresenta uma das questões pelas quais a caça se perpetua até os dias de hoje, com pouco apelo na sociedade: “A gente não vê a caça. Esse é o problema, é mais difícil investigar a caça do que o desmatamento”, esclarece.
Para o gestor da RPPN Rio do Brasil, em Porto Seguro, Cleiuodison Lage (Pêu), o tema extrapola a questão da conservação. Os problemas relacionados à caça atingem a segurança, devido ao uso de armas, e saúde pública, com doenças relacionadas ao manuseio e consumo de animais silvestres. Segundo Cid Teixeira Neto, analista ambiental do CETAS/IBAMA em Porto Seguro, os municípios do extremo sul da Bahia estão entre aqueles com maior índice de hanseníase no estado e estudos indicam que o contato e consumo da carne de tatu pode ser um meio de obtenção da doença.
A Promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Vânia Tuglio, considera a importância da desarticulação da cadeia de comércio do tráfico de animais silvestres. Ela abordou questões legais da proteção da fauna silvestre e sugeriu enquadramentos de penas mais consistentes para esse tipo de infração, com penalidades que incluem a reclusão, para que se possa investigar os demais envolvidos no crime.
Com relação às áreas protegidas, o professor Hugo apresentou estudos que mostram que áreas menores e mais protegidas têm mais espécies de animais do que áreas maiores e desprotegidas. Afirmou, ainda, que dentro de Unidades de Conservação, quanto menos estradas, melhor, pois dificulta o acesso dos caçadores com motos e outros veículos. Segundo Tiago Leão, gestor do Refúgio de Vida Silvestre do Rio dos Frades, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os dados apresentados reforçam a importância da presença institucional no interior das Unidades. O analista ainda destaca a importância do evento como oportunidade para troca de experiências e elaboração de um plano de ação contra a caça de animais silvestre, envolvendo várias instituições da região.
Estavam presentes no evento representantes do Ministério Público Estadual da Bahia e de São Paulo, da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental – CIPPA, das RPPNs Veracel e Rio do Brasil, do ICMBio, IBAMA, das Secretarias Municipais de Meio Ambiente de Porto Seguro, Cabrália e Eunápolis, além de outros órgão de segurança pública e entidades da sociedade civil afetas ao tema.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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