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CNPT instala “armadilhas fotográficas” em Resex no Acre
Câmeras digitais automáticas registram a fauna dia e noite
Brasília (31/05/2012) – Uma parceria entre a base avançada do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sociobiodiversidade Associada a Povos e Comunidades Tradicionais (CNPT) e a Universidade Federal do Acre (UFAC) resultou na instalação de 20 câmeras-trap durante expedição realizada entre os dias 30 de abril e 15 de maio na Reserva Extrativista (Resex) do Alto Tarauacá, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Acre.
As câmeras-trap são armadilhas fotográficas digitais automáticas utilizadas de forma camuflada e dotadas de display infravermelho capaz de capturar imagens de animais silvestres em atividade durante o período diurno e noturno. Os equipamentos foram instalados em áreas dos igarapés São Salvador e Ouro Preto, em trilhas abertas na floresta e em antigas e abandonadas estradas de seringas, além dos barreiros, que são locais com maior concentração de animais.
Os pontos de instalação das armadilhas e as residências dos moradores adjacentes foram georeferenciados. As câmaras permanecerão acionadas na área por um período de três meses quando serão transferidas para outra localidade com alta densidade humana e pressão de caça.
A expedição integra o projeto intitulado “Caracterização da caça de subsistência e seus efeitos sobre as populações de mamíferos de médio e grande porte na Resex do Alto Tarauacá”, aprovado no último Edital Dibio/2012.
Um dos objetivos desta etapa da pesquisa é obter o registro da abundância relativa das espécies de mamíferos terrestres de médio e grande porte em áreas com baixa densidade humana e pressão de caça de subsistência na unidade de conservação. O outro é conhecer a demanda de caça de subsistência dos moradores residentes nas áreas amostradas.
Participação de moradores
Para isso, foram visitadas 54 famílias que aceitaram participar desta pesquisa registrando diariamente em um calendário de caça os animais que são caçados rotineiramente para sua alimentação. As informações, além de fornecerem os registros faunísticos existentes na Resex, permitirão verificar quais são os animais mais visados para este fim.
Em cada moradia foram explicados aos comunitários os objetivos para a realização da pesquisa na unidade, apresentação e funcionamento das armadilhas fotográficas e a importância da participação deles no período de execução do Projeto.
“A expectativa dos pesquisadores é de gerar subsídios e informações que auxiliem os gestores em ações prioritárias de conservação e manejo da fauna silvestre, de forma a respeitar e garantir o direito assegurado do uso do recurso pelos povos e comunidades tradicionais em questão, sem comprometimento dos estoques naturais”, afirmou a analista ambiental e coordenadora da pesquisa, Rosenil de Oliveira.
O estudo conta com execução financeira do Plano Plurianual (PPA) do ICMBio e trata-se do segundo projeto de pesquisa a ser desenvolvido na unidade.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280